No primeiro trimestre de 2022, a receita de vendas da Bosch aumentou 5,2% e, para 2022 como um todo, a Bosch espera que a receita cresça mais de 6% e alcance uma margem Ebit na faixa de 3% a 4% – mesmo com a probabilidade de encargos significativos devido ao aumento dos custos de energia, matérias-primas e logística. “O resultado bem-sucedido do ano comercial de 2021 reforça nossa confiança à medida que enfrentamos o ambiente desafiador do ano atual”, disse Stefan Hartung, presidente mundial da Bosch.
Uma das principais incertezas é o conflito na Ucrânia e todas as suas implicações. Para Hartung, a situação atual destaca a pressão sobre os decisores políticos e a sociedade para que se tornem menos dependentes de combustíveis fósseis e busquem firmemente o desenvolvimento de novas fontes de energia.
Na América Latina, há fatores específicos que podem impactar o desenvolvimento dos negócios, como a alta da inflação, dos juros e o consequente aumento dos custos de produção. Nesse contexto, a Bosch planeja um crescimento moderado das vendas na região ao longo deste ano.
Hartung anunciou que a Bosch investirá cerca de três bilhões de euros ao longo de três anos em tecnologia neutra para o clima, como eletrificação e hidrogênio. O executivo acredita que a eletrificação baseada em eletricidade verde é o caminho mais rápido para a neutralidade climática. Neste sentido, a Bosch aposta na mobilidade sustentável e já apresenta resultados: em 2021, os pedidos da empresa relacionados à eletromobilidade ultrapassaram dez bilhões de euros pela primeira vez.
Hartung enfatizou que o hidrogênio também é necessário. “A política industrial deve se concentrar em tornar todos os setores da economia prontos para o hidrogênio”, disse ele. Com o objetivo de ter uma ação climática eficaz, a Bosch também está entrando no negócio de componentes para produção de hidrogênio por eletrólise. A empresa prevê investir cerca de 500 milhões de euros nesta nova área de negócio até ao final da década – com cerca de metade até o lançamento no mercado, previsto para 2025.
O presidente mundial da Bosch anunciou que a empresa irá investir mais dez bilhões de euros na transformação digital de seus negócios nos próximos três anos. “A digitalização também tem um papel especial na sustentabilidade – e nossas soluções partem dessa premissa”, disse Hartung. Além disso, somente este ano, a Bosch planeja contratar dez mil novos engenheiros de software em todo o mundo.
A companhia também fará aportes na América Latina. Em 2022, a empresa planeja investir cerca de R$ 331 milhões, que serão direcionados para garantir o desenvolvimento e a competitividade de suas unidades fabris na região. “Graças aos investimentos em soluções baseadas em automação, conectividade e inteligência artificial, nossas fábricas no Brasil têm se transformado continuamente”, ressalta Gastón Dias Perez, CEO e presidente da Robert Bosch América Latina. .
América Latina-
Globalmente, a Bosch fechou 2021 com crescimento de 35% nas vendas totais, que atingiram R$ 9,2 bilhões na América Latina, incluindo as exportações e as vendas das empresas coligadas.
“Este é, com certeza, o melhor resultado do Grupo Bosch na região nos últimos anos, o que nos mostra que a estratégia de longo prazo combinado com o desenvolvimento de soluções e serviços com foco em “Tecnologia para vida” para diferentes setores de negócios foi assertiva”, ressalta Perez.
As operações do grupo no Brasil foram responsáveis por 73% do volume de vendas na região. O faturamento foi de R$ 6,9 bilhões, sendo 25% gerados a partir das exportações para os mercados da América Latina, América do Norte e Europa.
“As soluções que desenvolvemos localmente vão além de tecnologias para implementação em hardware. Nesses últimos dois anos, em plena pandemia, dobramos o número de colaboradores atuando na exportação de serviços de alto valor agregado de 300 para 600 profissionais, destaca Perez.
Segundo o executivo, nas regiões de Campinas e Curitiba, por exemplo, há uma excelente infraestrutura logística, universidades renomadas para formação de pessoas, centros de pesquisa e desenvolvimento e custos competitivos que corroboram para tornar o Grupo Bosch na América Latina um centro de competência global em transformação digital.
Segundo a Bosch, até o fim da década, novas formas de powertrain estarão disponíveis no mercado nacional, como o híbrido com a motorização flex, o carro totalmente elétrico e a própria célula a combustível. Com a criação da tecnologia flex fuel, a Bosch ajudou a posicionar o Brasil entre os países com baixo índice de emissões de CO2 devido ao uso do etanol, matriz totalmente renovável. Agora é o momento de o país aproveitar esse amplo know-how e se tornar um dos protagonistas no desenvolvimento de soluções para neutralização de carbono através de biocombustíveis, híbrido-flex ou célula a combustível.
Por meio de meio de parcerias público-privadas, universidades, centros de pesquisas e desenvolvimento, a Bosch está estudando formas de apoiar o Brasil a participar do desenvolvimento dessa tecnologia em nível global. Além disso, a empresa apoia a disseminação de tecnologias de assistência ao condutor para tornar a mobilidade mais segura e livre de acidentes.
O agronegócio é outra área foco para a Bosch no Brasil e na Argentina, que vem ganhando ainda mais relevância com a Bosch BASF Smart Farming (BBSF), empresa resultante da joint venture entre a Bosch e a BASF Digital Farming. A partir de agora, a BBSF passa a distribuir e comercializar globalmente tecnologias agrícolas inteligentes, como a Solução de Plantio Inteligente Bosch e a Solução de Pulverização Inteligente Bosch, ambas inovações que têm o objetivo de levar mais conectividade, eficiência e produtividade para o agricultor.