A Ford Pro mira 2026 com uma estratégia clara de expansão no mercado brasileiro, impulsionada pela chegada da versão cabine simples da Ranger, pelo crescimento da linha Transit e pela consolidação de um ecossistema de serviços que busca diferenciar a marca em um cenário de forte concorrência — especialmente diante da pressão das fabricantes chinesas. A aposta é combinar produto, conectividade e pós-venda para sustentar competitividade no segmento de comerciais leves, que deve seguir aquecido no próximo ano.
Guillermo Lastra, diretor da Ford Pro na América do Sul, afirma que a performance atual da linha Ranger cria um ambiente favorável para novos movimentos no Brasil e na região. “A pick-up está muito bem aceita. Somos líderes no segmento de high level e isso nos dá mais credibilidade no segmento de trabalho. Aumentamos a produção na fábrica de Pacheco, na Argentina, e isso nos permitiu crescer muito no Brasil, o que nos dá otimismo para chegar à cabine simples, um segmento no qual ainda não participamos.”
Segundo o executivo, cerca de 14 mil unidades de cabine simples são vendidas anualmente na América do Sul, e o Brasil responde por 40% a 50% desse volume, reforçando sua relevância estratégica no plano regional da Ford Pro.
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Transit ganha protagonismo
Lastra ressalta que outro pilar da estratégia é a ampliação do espaço conquistado pela Transit. “Ainda temos muita oportunidade de crescimento com as versões atuais. Trabalhamos com 14+1 e 17+1 em passageiros, com opções automática e manual; temos a van de carga, também automática e manual; temos chassis. É um portfólio amplo no segmento de duas toneladas, no qual podemos crescer muito.”
A Ford Pro segue avaliando alternativas globais para complementar esse portfólio. Uma delas é a Custom, líder na Europa e já disponível no Chile. “É um produto que cabe no Brasil, e sempre analisamos essa possibilidade, mas agora o importante é consolidar a cabine simples da Ranger, apresentada na última Fenatran e que chega ao mercado no primeiro semestre.”
Para 2026, a fabricante pretende manter a trajetória ascendente da Transit, fortalecer a presença na cabine dupla e acelerar a entrada no segmento de cabine simples. As novidades em comerciais leves devem voltar ao palco da Fenatran no próximo ano, embora o executivo evite revelar detalhes. “Vamos mostrar novidades, mas ainda não posso adiantar nada.”
Pressão dos chineses
A forte concorrência — especialmente de marcas chinesas — não altera o posicionamento da Ford Pro, que reforça a combinação entre produto e serviços como diferencial competitivo. “Confiamos muito no nosso produto e na nossa rede de concessionárias. Nosso pós-venda se diferencia de qualquer concorrente. Estamos construindo um ecossistema robusto, com conectividade de fábrica que nenhum outro oferece no mesmo nível.”
A telemetria, com alertas e monitoramento preventivo sem custos adicionais, tornou-se ferramenta essencial para garantir disponibilidade de frota. “O cliente é avisado quando há uma falha técnica. Também temos o Van Service, que vai até o local do cliente para agilizar a manutenção, e contamos com 130 concessionários na região.”
Conectividade impulsiona vendas e fidelização
Os números mostram o impacto dessa estratégia integrada: foram 24 mil unidades vendidas em 2024 e 28 mil em 2025, com grande destaque para a Ranger. No caso da Transit, o avanço decorre diretamente do ecossistema de conectividade. “O cliente comercial quer preço, mas também quer eficiência e veículo funcionando. A conectividade, os dados estratégicos para a gestão da frota e o pós-venda com custo competitivo são fatores decisivos.”
Outro eixo de crescimento é o Ford Go, serviço de assinatura para clientes comerciais que buscam flexibilidade operacional. “Temos 1.500 unidades em operação. Cerca de 80% são clientes comerciais. Metade é Transit, muito usada no e-commerce, e a outra metade é a pick-up XL cabine dupla, com presença forte no agronegócio e na mineração.”
Elétricos recuam, mas 2026 será positivo
Lastra admite que o mercado de comerciais elétricos enfrenta retração. “A indústria de comerciais elétricos caiu muito. No ano passado foram cerca de 1.500 unidades, e este ano, até novembro, não ultrapassou 300. O aumento de 35% no imposto de importação e o custo do financiamento impactaram demais.”
Ainda assim, ele mantém uma visão cautelosamente otimista para o próximo ciclo. “O próximo ano terá muita concorrência, mas esperamos uma queda, mesmo mínima, na taxa de juros. Teremos de continuar trabalhando com opções de financiamento e com ferramentas como o Ford Go, além de todo o nosso ecossistema de serviços, que reduz custos e aumenta a eficiência para o cliente comercial. Achamos que o segmento de comerciais leves vai continuar crescendo, no mesmo ritmo deste ano.”
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