O mercado de caminhões registrou em novembro retração de 5,5% na produção, que atingiu 9.601 unidades, ante 10.160 veículos fabricados em outubro deste ano. Na comparação com novembro de 2024 (13.170 unidades), a queda é de 27,1%, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Com o resultado de novembro, o setor acumula o quarto mês de queda consecutiva, tendo redução de 26% a cada mês, o que resultou em uma retração de 9,3% na produção acumulada nos onze meses de 2025, com 118.393 veículos, ante 130.573 veículos fabricados em igual período do ano passado.
Igor Calvet, presidente da Anfavea, comentou que o peso maior nesta retração do mercado de caminhões está no segmento de pesados, que tem 45% de representatividade no setor, e teve redução de 21,5% na produção até novembro. “Precisamos destravar o mercado de caminhões no Brasil. Vamos ter um ano com PIB positivo, com uma safra muito boa, mas os juros asfixiam e impedem o mercado de caminhões de seguir adiante”, disse Calvet.
O presidente da Anfavea revelou que as medidas de flexibilização do trabalho já foram tomadas pelas montadoras. “Acho importante, neste momento, que as autoridades tenham uma visão muito estratégica para o mercado de caminhões. Fomos duplamente penalizados com o IOF e precisamos de um programa de renovação de frota e de linha de crédito atrativa para o consumidor final”, disse Calvet. “Precisamos ter algum alento para o mercado ainda este ano para que 2026 seja um ano melhor tanto na produção quanto no emplacamento, sobretudo dos caminhões pesados.”
Do total de caminhões produzidos até novembro deste ano, 58.592 unidades são de modelos pesados, 21,5% menos do que nos onze meses de 2024. De semipesados foram 37.336 unidades, de leves 14.874 unidades, de médios 6.566 unidades e de semileves 1.025 unidades.
Emplacamentos
As vendas de caminhões em novembro atingiram 8.921 unidades, queda de 16,3% sobre outubro deste ano (10.664 unidades) e de 12,3% em relação a novembro do ano passado, quando foram comercializados 10.169 veículos. No acumulado do ano, a redução foi de 8,7%, totalizando 103.651 unidades, ante os 113.485 veículos fabricados de janeiro a novembro de 2024.
Do total de caminhões vendidos de janeiro a novembro deste ano, o setor de pesados registrou queda de 20% com 45.472 unidades. Os modelos semileves tiveram queda de 24,5% nas vendas, com 5.019 unidades, mas é um segmento que representa cerca de 5% do mercado.
Os leves tiveram 8.007 unidades vendidas, retração de 13,8%. Os demais modelos, como os semipesados, venderam 33.444 unidades, com aumento de 4,9%, e os médios tiveram 11.709 unidades comercializadas, alta de 32,5%.
No ranking do setor, a Volkswagen Caminhões e Ônibus manteve a liderança, com 27.400 caminhões vendidos de janeiro a novembro de 2025, redução de 5,4% sobre igual período do ano passado (28.971 unidades), e o segundo lugar ficou com a Mercedes-Benz, que teve 25.589 veículos comercializados no país, 10,7% superior aos onze meses de 2024 (23.121 unidades).
A Volvo ficou em terceiro lugar com 18.286 veículos vendidos até novembro, 11,8% abaixo de igual período de 2024 (20.741 unidades), e a Scania em quarto com 12.075 unidades, 30,3% inferior a janeiro e novembro de 2024 (17.317 unidades).
A Iveco, quinta colocada, vendeu 7.735 caminhões, 2,5% a menos do que nos onze meses de 2024 (7.935 unidades), e a DAF, que está em sexto lugar, comercializou 6.922 veículos, tendo redução de 20,3% quando comparado com as 8.686 unidades vendidas nos onze meses de 2024.
Exportações
As exportações de caminhões tiveram redução de 9,1% em novembro, com 2.132 unidades, ante os 2.345 veículos em outubro deste ano. Na comparação com os 1.960 veículos exportados em novembro do ano passado, houve um aumento de 8,8%, segundo a Anfavea.
No acumulado de janeiro a novembro de 2025, as exportações totalizaram 26.116 unidades, aumento de 65% sobre os 15.824 veículos exportados em igual período do ano passado, e o desempenho foi positivo em todos os segmentos.
Do total exportado, 16.032 unidades são de modelos pesados, que tiveram aumento de 75,5% sobre os onze meses de 2024. De semipesados foram 6.247 unidades, de leves 2.424, de médios 979 e de semileves 434 unidades.
Em CKD (veículos desmontados) foram exportados 6.728 caminhões até novembro deste ano, redução de 8,05% em relação aos 7.318 veículos exportados nos onze meses de 2024.
O presidente da Anfavea destacou que as projeções de 2026 para todo o setor automotivo serão apresentadas em janeiro e comentou que 2026 será um ano eleitoral no Brasil, provocando instabilidade política. “Mas há um indicativo de que as taxas de juros comecem a retroceder no primeiro trimestre. O que posso dizer hoje é que será um ano igual a 2025”, disse Calvet.
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