A Maersk inicia, no dia 8 de dezembro, uma nova fase de testes com combustíveis alternativos no navio Laura Mærsk, primeiro porta-contêineres do mundo projetado para operar com metanol. Depois de validar, entre outubro e novembro, o uso de uma mistura com 10% de etanol e 90% de e-metanol, a empresa agora vai avaliar o desempenho de uma composição mais agressiva: 50% de etanol.
A iniciativa integra a estratégia da companhia de diversificar rotas tecnológicas para reduzir emissões no transporte marítimo, um dos setores mais difíceis de descarbonizar. O objetivo é entender até que ponto o etanol — um combustível amplamente disponível e com infraestrutura madura — pode complementar o metanol na operação de embarcações bicombustíveis.
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Múltiplas soluções
Segundo Emma Mazhari, head de Mercados de Energia da Maersk, o avanço dos testes reforça a aposta da empresa em múltiplas soluções para cumprir metas climáticas. “Explorar diferentes opções e tecnologias é essencial para que a indústria marítima atinja seus compromissos”, afirma.
O primeiro experimento comprovou que a mistura com 10% de etanol mantém desempenho, lubrificação e níveis de corrosividade semelhantes aos do metanol puro. Como ambos são álcoois, compartilham propriedades químicas e permitem ajustes mais simples no motor. Os resultados positivos abriram caminho para a nova fase com E50 e, futuramente, para um teste com 100% etanol.
Mazhari destaca que o combustível tem mercado estabelecido e produção robusta — liderada por Estados Unidos e Brasil, que concentram 80% da oferta global. “Ao aumentar gradualmente o teor de etanol, geramos dados valiosos sobre combustão, performance e potencial de fornecimento”, diz.
A Maersk frisa que o uso do etanol como solução de transição exige critérios rígidos de sustentabilidade, incluindo rastreabilidade, certificação e verificação de impactos sobre uso da terra, alimentos e práticas agrícolas. A empresa utiliza etanol anidro, o mesmo misturado à gasolina em diversos países.
Desde 2021, a Maersk só encomenda navios com motores bicombustíveis. Até o fim de 2025, sua frota contará com 19 embarcações desse tipo. O portfólio de combustíveis de baixa emissão inclui bio e e-metano, biodiesel e, a partir de 2027, biometano liquefeito. A meta da empresa é atingir emissões líquidas zero até 2040.
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