A indústria de autopeças acumula até outubro déficit de US$ 12,94 bilhões na balança comercial, 16,3% superior aos US$ 11,12 bilhões registrados em igual período de 2024.
Esse resultado é decorrente da grande movimentação das importações, que atingiram US$ 20,04 bilhões, com aumento de 13,5% sobre igual período de 2024 (US$ 17,66 bilhões). As exportações tiveram desempenho relativamente mais fraco, com crescimento de 8,8%, totalizando US$ 7,10 bilhões, conforme mostra o relatório da balança comercial divulgado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).
O Sindipeças destaca que, no acumulado de janeiro a outubro deste ano, a Argentina permanece como o principal destino das exportações, com 37,5% de participação e aumento de 18,9% sobre os dez meses do ano passado, impulsionadas pela recuperação econômica do país em 2025, apesar dos “soluços” recentes. “Há incertezas sobre a continuidade desse cenário em 2026, já que depende da capacidade do presidente Milei de avançar seus projetos de reforma e manter o câmbio estabilizado.
Do lado das importações, a China se destaca, respondendo por 18,6% do total de autopeças importadas, reforçando sua forte presença no mercado brasileiro e sinalizando a necessidade de atenção redobrada para a indústria nacional.
Desempenho mensal
Em outubro, o déficit da balança comercial de autopeças atingiu US$ 1,2 bilhão. Apesar de ainda negativo, o resultado representa redução de 20,0% em relação a outubro de 2024 (US$ 1,4 bilhão) e rompe a sequência de déficits crescentes registrada desde abril.
As exportações cresceram 25,8% em outubro na comparação com o mesmo mês de 2024, alcançando US$ 874,9 milhões, sendo o melhor resultado do ano. As importações somaram US$ 2,0 bilhões e, pela primeira vez, registraram queda de 5,2% na comparação com igual mês do ano passado.
Importações
Nas importações provenientes de 163 países, a China se mantém em destaque, com US$ 3,73 bilhões registrados de janeiro a outubro de 2025, aumento de 16,4% sobre igual período de 2024 e 18,6% de participação.
Os Estados Unidos continuam em segundo lugar, com US$ 2,12 bilhões de componentes enviados ao Brasil, aumento de 12,0% e 10,6% de participação. O Japão, terceiro no ranking de vendas de componentes ao Brasil, registrou US$ 1,82 bilhão, alta de 25,2% e 9,1% de participação.
A Alemanha ocupa o quarto lugar no ranking, com US$ 1,75 bilhão de componentes enviados ao Brasil, avanço de 8,1% e 8,7% de participação. O México enviou para o Brasil US$ 1,51 bilhão, incremento de 16,9% em relação a janeiro a outubro do ano passado, e a participação foi de 7,6%.
Exportações
Nas exportações destinadas a 195 países, a Argentina permanece como o principal destino das autopeças, com US$ 2,66 bilhões registrados de janeiro a outubro de 2025, 18,9% a mais em relação a igual período de 2024 e 37,5% de participação nos embarques.
Os Estados Unidos continuam em segundo lugar no ranking das exportações, com US$ 1,00 bilhão e 14,2% de participação, mas a redução nos embarques foi de 10,8% até outubro deste ano.
O México está em terceiro lugar de destino das autopeças, com embarque de US$ 626,1 milhões, redução de 19,0% e 8,8% de participação. A Alemanha teve um total de US$ 371,4 milhões de autopeças adquiridas das empresas no Brasil, aumento de 6,8% e 5,2% de participação.
Para o Chile, os embarques aumentaram 16,6% em relação aos dez meses do ano passado, totalizando US$ 233,1 milhões, e a participação foi de 3,3%.
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