Correios aprovam plano de reestruturação que prevê fechamento de até mil agências

Estatal busca conter prejuízo recorde com corte de despesas, venda de imóveis e empréstimo de até R$ 20 bilhões; meta é voltar ao lucro em 2027

Redação

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Os Correios aprovaram um amplo plano de reestruturação que prevê o fechamento de até mil agências consideradas deficitárias, a contratação de uma operação de crédito de até R$ 20 bilhões e a adoção de medidas para reduzir o prejuízo acumulado em 2025, que já soma R$ 4,4 bilhões — superior ao resultado negativo registrado em todo o ano anterior.

O documento, aprovado na última quarta-feira (19), estrutura as ações em três etapas: recuperação financeira, consolidação e crescimento. Segundo a estatal, as medidas foram definidas a partir de uma análise do atual modelo de negócios, considerado incompatível com a estrutura operacional da empresa.

Entre os principais pontos do plano estão a implementação de um Programa de Demissão Voluntária (PDV), revisão dos custos do plano de saúde dos funcionários, exigência de adimplência integral com fornecedores e a venda de ativos, incluindo imóveis, com expectativa de arrecadação de até R$ 1,5 bilhão.

A empresa também prevê investimentos em modernização operacional e tecnológica, além de reorganização da rede de atendimento. A redução de pontos físicos deverá abrir espaço para a ampliação de serviços voltados ao e-commerce e para novas parcerias estratégicas. O plano ainda admite a possibilidade de fusões, aquisições e reorganizações societárias como forma de ampliar a competitividade.

Apesar do enxugamento da estrutura, os Correios reforçam o compromisso com a universalização dos serviços postais, que classificam como “estratégico e social inegociável”. Segundo a estatal, o custo dessa operação chegou a R$ 5,4 bilhões no primeiro semestre de 2025, com déficit líquido de R$ 4,5 bilhões no período.

Soberania logística

“A empresa reafirma seu papel como única operadora pública federal presente em todos os municípios brasileiros, garantindo a integração nacional e a soberania logística, mesmo diante da queda das receitas tradicionais”, afirma o documento.

A estatal cita ainda sua atuação em operações de grande escala, como a distribuição de livros didáticos, transporte de provas do Enem e envio de urnas eletrônicas a regiões remotas, além do apoio em situações de emergência, como o envio de doações ao Rio Grande do Sul após as enchentes e o atendimento a áreas afetadas por fenômenos climáticos no Paraná.

Com a adoção das medidas, os Correios projetam reduzir o déficit a partir de 2026 e retomar a lucratividade em 2027. Segundo a empresa, a reestruturação é considerada essencial para garantir a continuidade dos serviços em todo o país de forma financeiramente sustentável.

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