O Grupo Abra — controlador de GOL, Avianca e Wamos Air —fechou nesta sexta-feira (14) um acordo preliminar com a japonesa Sumitomo Corporation para acelerar projetos de descarbonização na aviação, em uma iniciativa que pode resultar no primeiro compromisso bilateral de longo prazo para o fornecimento de combustível sustentável de aviação (SAF).
A demanda global por SAF deve chegar a 400 milhões de toneladas até 2050, segundo projeções do setor. Economias com pouca oferta de matéria-prima — como Japão, Singapura e União Europeia — têm pressionado por soluções viáveis de descarbonização na aviação. Nesse cenário, o Brasil é apontado como um dos países mais promissores para liderar a produção do combustível, pela disponibilidade de biomassa, experiência em etanol e biodiesel e ampla matriz renovável.
O desafio, porém, está na viabilidade financeira dos projetos e no risco de aumento dos custos das passagens aéreas. De acordo com o Grupo Abra, o JCM pode ajudar a destravar investimentos mantendo a conectividade aérea a preços acessíveis.
“Num momento em que o financiamento de SAF enfrenta incertezas, iniciativas que unem capacidades complementares de diferentes países são fundamentais. Esta parceria aproxima o compromisso do Japão com a descarbonização da potencialidade do Brasil como produtor de SAF”, diz Maria Del Mar Whittaker, diretora-executiva de Responsabilidade Corporativa do Grupo Abra.
Segundo ela, o acordo busca não só estimular soluções sustentáveis, mas também contornar os custos elevados associados ao combustível, hoje muito mais caro que o querosene convencional. “Com cooperação bilateral e inovação compartilhada, é possível destravar o crescimento da aviação sustentável em alinhamento com o Acordo de Paris e os objetivos da COP30”, afirma.
Para a Sumitomo, o Brasil pode se tornar um polo global de fornecimento de SAF. “A produção em escala exige criatividade e superação de desafios ainda presentes nesse mercado nascente. Acreditamos firmemente no potencial brasileiro”, afirma Takamasa Ueda, diretor sênior da empresa no país. Ele destaca que o JCM é um instrumento decisivo para tornar os projetos economicamente viáveis e acelerar a transição global da aviação.
A parceria é anunciada durante a COP30, que coloca o Brasil no centro das discussões climáticas. A assinatura do memorando reuniu representantes do governo japonês e executivos das empresas envolvidas.
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