A Embraer está confiante em atingir um crescimento expressivo no médio prazo e ter maior estabilidade na produção em todas as linhas de aeronaves a partir de 2026. “Estamos vivenciando um momento muito positivo na companhia, com forte evidência de que a nossa estratégia, com base em eficiência e inovação, está gerando resultados sólidos e contribuído efetivamente para o crescimento sustentável”, disse Francisco Gomes Neto, CEO e presidente da Embraer, durante teleconferência de apresentação dos resultados da empresa no terceiro trimestre de 2025.
O presidente informou que a Embraer está investindo em novas tecnologias com o objetivo de se preparar para um ciclo de crescimento futuro, com base em novos aviões que podem ser na versão executiva, comercial e na defesa. Destacou também que foram concluídos, nos últimos 12 meses, mais de 800 projetos com a metodologia Kaizen, ao combinar o sistema lean com ferramentas e inteligência artificial, e que a companhia está avançando mais rapidamente nos ganhos de produtividade, tendo conseguido resultados importantes, com redução de 40% no tempo de produção da aeronave Praetor, 33% no avião KC390 e 27% dos jatos executivos, em comparação com os níveis em 2021.
A Embraer também conseguiu avanços com as novas instalações e ampliações no Brasil e nos Estados Unidos, incluindo novos hangares, cabines de pintura e áreas de montagem final. Esses investimentos visam ampliar a capacidade produtiva e acelerar o ritmo de entregas, com o objetivo de dar suporte à sua estratégia de crescimento.
Para melhorar a gestão da cadeia de suprimentos, a empresa integrou as tecnologias digitais e passou a utilizar a inteligência artificial para ter melhor controle de estoques, com planejamento de materiais mais inteligentes e ágeis. “Esses esforços começaram a dar resultados. As entregas de aeronaves aumentaram em 16% e a falta de materiais caiu, em média, 25% em relação ao ano passado”, revelou o presidente.
Resultados de 2025
No terceiro trimestre de 2025, a Embraer entregou 62 aeronaves, sendo 20 jatos comerciais, 41 jatos executivos e uma aeronave militar KC 390. Isso representou um aumento de 5% em relação ao mesmo período do ano passado, com as entregas da aviação comercial crescendo 25% no ano contra ano e a aviação executiva mantendo-se estável.
Nos nove meses foram 153 entregas, sendo 102 aeronaves executivas, 46 aeronaves comerciais e cinco aviões de defesa (um KC 390 Millenium e quatro A-29 Super Tucano).
A entrega de 46 jatos comerciais – 23 modelos E195-E2, 20 modelos E175 e três modelos E190-E2 – nos nove meses deste ano representou um crescimento de 57% do ponto médio da estimativa e dois pontos percentuais acima da média dos últimos cinco anos para o período, segundo informou Antônio Carlos Garcia, diretor financeiro.
Carteira de pedidos
A carteira de pedidos consolidada da Embraer atingiu US$ 31,3 bilhões no segundo trimestre, um aumento expressivo de 38% e superando o recorde histórico anterior. “A aviação executiva e serviços de suporte lideram o crescimento, com aumento de 65% e 40%, respectivamente, seguidos pela aviação comercial, com alta de 37%, e defesa e segurança, com 8%”, disse Garcia.
O diretor destacou o volume significativo de opções de compra mantidas pelos clientes, que totalizam aproximadamente US$ 20 bilhões. “Embora não sejam pedidos firmes, essas opções representam um potencial relevante de crescimento para a nossa carteira de pedidos para os próximos anos, podendo levá-la à marca de US$ 50 bilhões.”
Investimentos
A receita da Embraer ficou acima de US$ 2 bilhões no segundo trimestre de 2025, crescimento de 18% em relação a igual período de 2024. “Do ponto de vista dos negócios, a distribuição está bem equilibrada. A aviação comercial e executiva contribuíram com cerca de 30% cada uma, seguida por serviços de suporte com 25% e a defesa e segurança com 14%”, detalhou o diretor. O lucro ajustado atingiu US$ 54 milhões.
No terceiro trimestre de 2025, os investimentos da Embraer totalizaram US$ 99 milhões, excluindo a subsidiária Eve Air Mobility. Esse montante representou uma redução de 10% em relação aos US$ 111 milhões aplicados no mesmo período do ano anterior. Neste valor incluem-se US$ 39 milhões em Capex, US$ 37 milhões em ativos intangíveis, US$ 10 milhões no programa pool para suporte de novos contratos e US$ 13 milhões em pesquisa.
No acumulado do ano, os investimentos em pesquisa somaram US$ 33 milhões, o equivalente a 12% dos US$ 284 milhões em investimentos totais. “Esses recursos estão focados em apoiar o crescimento sustentável e a inovação”, esclareceu o diretor.
Estimativas
A estimativa da Embraer é de entregar entre 77 e 85 aeronaves na aviação comercial e entre 145 e 155 na aviação executiva em 2025. A receita esperada gira em torno de US$ 7 a US$ 7,5 bilhões. “Essas estimativas podem parecer conservadoras à primeira vista, mas refletem os riscos que ainda enfrentamos na cadeia de suprimentos no quarto trimestre”, disse Garcia, que reforçou que as estimativas refletem a confiança que a companhia tem na capacidade operacional e na resiliência do seu modelo de negócio. “Seguimos confortáveis com nossas perspectivas e confiantes de que estamos no caminho certo para cobrir nossas estimativas para o ano”, disse o diretor.
O presidente da Embraer destacou que espera um impacto de US$ 60 milhões com as tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos para os produtos brasileiros. “O aumento da tarifa penaliza o avião porque fica mais caro com peças enviadas do Brasil para os Estados Unidos, e isso pode desestimular as companhias aéreas a realizar compras no futuro”, disse Gomes Neto. “Mas a empresa está trabalhando duro para reduzir esse impacto e esperamos uma redução desta tarifa.”
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