O comércio eletrônico brasileiro segue em forte expansão fora dos grandes centros urbanos. No terceiro trimestre deste ano, as vendas online de pequenas e médias empresas (PMEs) cresceram 194% no fluxo entre capitais e cidades do interior, segundo o Mapa da Logística, levantamento realizado pela Loggi.
O estudo mostra que empresas localizadas em capitais como São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba e Brasília ampliaram significativamente o envio de pacotes para consumidores em cidades interioranas como Niterói (RJ), Ribeirão Preto (SP), Sorocaba (SP), São José dos Campos (SP) e Vila Velha (ES). O movimento reflete a consolidação da interiorização do consumo digital, com a logística desempenhando papel central na integração entre diferentes regiões do país.
Além do crescimento nas trocas entre capitais e interior, o levantamento revela também um avanço expressivo nas operações realizadas exclusivamente entre cidades interioranas. O volume de pacotes enviados por empresas de municípios como São José dos Pinhais (PR), Brusque (SC), Joinville (SC), Serra (ES) e Londrina (PR) para outras cidades médias — entre elas Santos (SP), Jundiaí (SP), Uberlândia (MG), Maringá (PR) e São José do Rio Preto (SP) — aumentou 80% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo a Loggi, os dados indicam que o interior começa a se firmar como polo tanto emissor quanto receptor de compras online, reduzindo a dependência dos grandes centros para movimentar o comércio digital.
O levantamento também mostra a expansão do uso de pontos de recebimento e envio de pacotes, conhecidos como PUDOs (Pick Up and Drop Off points), que cresceram 22% no trimestre. A modalidade tem ganhado força entre empreendedores por oferecer maior capilaridade de atendimento e reduzir custos operacionais.
Pela primeira vez, o Mapa da Logística traz uma análise específica sobre a Black Friday, com previsões baseadas em dados históricos e inteligência preditiva. As regiões Sudeste e Sul devem concentrar o maior volume de operações logísticas durante o evento, enquanto Nordeste e Centro-Oeste devem registrar os maiores índices de crescimento. As categorias com maior potencial de alta incluem cosméticos, moda, calçados, eletrônicos, artigos esportivos e alimentos, além de nichos como joias, brinquedos e papelaria.
O estudo aponta ainda um ticket médio esperado de R$ 197 para grandes marcas e R$ 184 para pequenos negócios, enquanto os grandes marketplaces devem registrar média de R$ 106, reflexo do foco das PMEs em produtos de maior valor agregado.
Goiás se destaca em volume de entregas
Entre os estados, Goiás se destacou com crescimento de 202% no volume de entregas, seguido do Paraná, que registrou avanço de 15%. No Nordeste, Bahia, Ceará e Pernambuco se consolidaram como polos logísticos, enquanto Rondônia entrou pela primeira vez no ranking dos dez estados que mais recebem pacotes. A categoria de artigos esportivos liderou o crescimento nacional no trimestre, com alta de 150%.
As datas comemorativas seguem impulsionando o comércio digital. Na semana do Dia dos Pais, foram entregues 2,7 milhões de pacotes, o equivalente a 17% de todos os envios do trimestre. Já na semana do Dia do Cliente, o volume superou 2,5 milhões, com aumento de 68% nas vendas das PMEs em relação a 2024.
De acordo com a Loggi, o desempenho reforça que ações de relacionamento, campanhas personalizadas e proximidade com o consumidor são diferenciais competitivos cada vez mais importantes para pequenos e médios empreendedores.
Lançado neste ano, o Mapa da Logística é um levantamento trimestral da Loggi que analisa a movimentação de pacotes e tendências do comércio eletrônico em todas as regiões do Brasil. Nesta terceira edição, foram avaliados mais de 16 milhões de envios realizados por 22 mil empresas em mais de 5 mil municípios. O relatório completo está disponível na página oficial da empresa.
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