A Azul apresentou na última quinta-feira (23) seu plano de negócios atualizado, parte do processo de reestruturação financeira sob o Chapter 11 nos Estados Unidos. O novo documento prevê uma companhia “significativamente mais saudável”, com menor dívida, redução expressiva de custos e fortalecimento da liquidez após a saída do processo, esperada para fevereiro de 2026.
Segundo a companhia, a alavancagem líquida deve cair para 2,5 vezes, patamar inferior ao registrado em planos anteriores. A empresa também projeta liquidez total de US$ 736 milhões (equivalente a cerca de 18,8% da receita estimada para 2025), além de uma redução de 33% nas obrigações de arrendamento de frota, passando de US$ 3,4 bilhões para US$ 2,28 bilhões.
O plano reflete acordos com fabricantes e arrendadores de aeronaves, incluindo a manutenção de jatos Embraer E1 de menor custo e a rejeição de entregas de A330 NEO. Essa renegociação permitirá uma economia anual de cerca de R$ 747 milhões, com potencial adicional de R$ 160 milhões, segundo projeções internas.
Com a nova estrutura operacional, a Azul estima crescimento médio de 11,1% na receita até 2029, além de margens de EBITDA ajustado de 30% a 34% no período. O fluxo de caixa livre recorrente também deve atingir R$ 2,7 bilhões em 2026, subindo para quase R$ 3 bilhões em 2027.
A revisão do plano inclui ajustes na malha aérea, priorizando hubs com maior densidade e rotas internacionais rentáveis. A empresa prevê ritmo mais lento de expansão no curto prazo, com foco em eficiência operacional e rentabilidade.
Reforço de caixa
Durante o processo de reestruturação, a Azul levantou US$ 1,57 bilhão em financiamento DIP (debtor-in-possession), utilizado para quitar dívidas prioritárias e reforçar o caixa. Após a saída do Chapter 11, a companhia contará com investimento estratégico de US$ 200 milhões e novas notas de dívida de US$ 1,2 bilhão, parte de um pacote de capitalização de US$ 2,06 bilhões.
“O plano reflete a paixão dos nossos tripulantes e nosso desejo de reconstruir a Azul como uma empresa muito mais forte. Reduzimos significativamente nossa dívida e alavancagem, ao mesmo tempo em que reforçamos o fluxo de caixa e nossos relacionamentos estratégicos”, afirmou John Rodgerson, CEO da Azul.
O documento ainda mostra melhora no desempenho operacional recente: no terceiro trimestre, as despesas operacionais ficaram R$ 79 milhões abaixo do previsto, mesmo com o aumento de 2,7% no preço do combustível. A margem EBITDA ajustada ficou em 34,6%, ligeiramente superior à meta anterior.
O plano completo e os materiais de suporte estão disponíveis no site de relações com investidores da companhia aérea.
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