A DAF Caminhões prepara uma nova fase de expansão em sua unidade de Ponta Grossa (PR). Uma licença prévia de ampliação emitida pelo Instituto Água e Terra (IAT) revelou planos para a instalação de uma fábrica de cabines e pintura, o que reforça a estratégia de longo prazo da montadora no Brasil e na América do Sul.
O documento, publicado na última semana e divulgado por veículos regionais de imprensa, detalha que o projeto — batizado de “Ampliação Norte” — prevê novas linhas de pintura e armação, além da produção de novas versões e acabamentos (trims), bem como a construção de acessos viários, portaria e áreas de estacionamento. A planta, localizada às margens da PR-151, já passa por outras duas frentes de ampliação: uma no setor sul, com barracão lonado e estrutura para manuseio de materiais perigosos (Hazmat), e outra voltada à expansão do prédio administrativo.
A licença prévia é concedida ainda na fase inicial de planejamento e não autoriza o início das obras, mas confirma a viabilidade ambiental e a concepção do projeto, além de estabelecer as condicionantes para as próximas etapas de licenciamento. A DAF Caminhões não comenta o assunto.
O novo investimento integra o plano de R$ 950 milhões anunciado pela DAF em abril deste ano, com execução prevista até 2029. O objetivo é expandir a capacidade produtiva e modernizar a fábrica paranaense, além de desenvolver novos produtos e abrir novas concessionárias pelo país.
A presidente da DAF Caminhões Brasil, Larisa Gambrell, afirmou na ocasião que o aporte prepara a unidade para atender à crescente demanda do mercado brasileiro e latino-americano. “Esse investimento vai ampliar nossa capacidade de produção e fortalecer o desenvolvimento dos funcionários em todas as áreas.”
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Exportações e expansão industrial
Em entrevista recente ao portal Transporte Moderno, o diretor comercial da DAF Caminhões, Luis Gambim, afirmou que o atual ciclo de investimentos busca posicionar a fábrica brasileira como base de exportações da PACCAR para a América Latina. (Leia aqui).
“Estamos aumentando a capacidade da fábrica para que ela possa atender não só o Brasil, mas também toda a América Latina. A intenção é usar a planta de Ponta Grossa como base regional de exportações”, disse o executivo.“São investimentos de médio e longo prazo, que mostram nossa confiança no mercado brasileiro”, completou.
Cenário desafiador
Apesar da expansão industrial, o ambiente de negócios para caminhões segue desafiador. De acordo com Gambim, o mercado brasileiro deve enfrentar um 2026 ainda marcado por juros altos, instabilidade política e incertezas no comércio internacional. “O cliente hoje se depara com financiamentos a taxas que podem superar 20% ao ano. Isso trava decisões de renovação de frota”, avalia.
Mesmo assim, o executivo vê espaço para crescimento entre transportadoras e produtores rurais mais estruturados. Neste ano, o segmento de semipesados tem sustentado parte da demanda, impulsionado pela construção civil e pelo e-commerce, que ampliaram a necessidade de caminhões de distribuição urbana e regional. “É um nicho que vem crescendo e no qual vamos ampliar a oferta nos próximos anos”, afirma Gambim.
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