Volvo FH 2026 ganha IA que melhora torque e reduz consumo de combustível

Sistema I-Torque atua de forma contínua para otimizar torque e pode gerar economia de até 3% no diesel, segundo a montadora

Aline Feltrin

A Volvo apresentou a linha 2026 do caminhão pesado FH, que chega ao mercado brasileiro com um novo sistema de inteligência artificial batizado de I-Torque. A tecnologia ajusta automaticamente a entrega de torque do motor conforme o relevo, o peso da carga e a velocidade do veículo, o que, segundo a montadora, pode reduzir o consumo de combustível em até 3%. A linha 2026 já está à venda nas 108 concessionárias Volvo.

O recurso é uma evolução do sistema de Aceleração Inteligente, que já equipava modelos anteriores. Na nova versão, os algoritmos foram aprimorados para atuar de forma constante durante toda a viagem, sem necessidade de intervenção do motorista.

“Conseguimos extrair mais força dos caminhões em momentos críticos, como subidas e ultrapassagens, mantendo ou até reduzindo o consumo de diesel”, afirma Alcides Cavalcanti, diretor-executivo da Volvo Caminhões.

LEIA MAIS

HC Hornburg mira em produtos à pronta entrega e exportações para reduzir impactos da crise
Sem medo de investir, Buzin Transportes faz compra gigante de 200 caminhões na TranspoSul
TranspoSul 2025: Iveco vende mais de 50 S-Way e se aproxima de 7 mil unidades no país

Desempenho automático

O I-Torque está disponível nas versões com motores de 420, 460, 500 e 540 cavalos. O sistema utiliza dados em tempo real para ajustar o torque — força responsável por mover o caminhão — conforme a necessidade do trajeto.

A IA monitora variáveis como posição do pedal do acelerador, inclinação da pista e peso da carga. “O sistema mantém o torque ideal o tempo todo, o que torna a condução mais eficiente e previsível, independentemente da experiência do motorista”, diz Jeseniel Valério, gerente de engenharia de vendas da Volvo

A atuação é totalmente automática. Em uma subida, o sistema entrega força máxima para manter a velocidade e segurar marchas mais altas. O motorista não precisa acionar nenhuma tecla ou ajustar o painel.

(Divulgação: Volvo)

Ganhos em eficiência

Segundo a fabricante, desde a década passada, os modelos da marca tiveram redução média de 15% no consumo de diesel, dependendo da aplicação e configuração do veículo. A economia de combustível é um dos principais fatores de decisão no transporte rodoviário de cargas, especialmente em um momento de custos elevados com combustível e pressão por emissões menores de CO₂.

“O I-Torque equilibra o desempenho e a economia, aproximando a condução média da realizada pelos motoristas mais experientes”, diz Valério.

Outras melhorias

A linha 2026 também recebeu mudanças na ergonomia e na transmissão. A cabine agora conta com apenas duas alavancas na coluna de direção, que reúnem funções como setas, piloto automático e freio motor. A redução de comandos visa simplificar o uso e diminuir distrações.

A transmissão automatizada I-Shift passou a ter engrenagens com acabamento polido, o que, segundo a Volvo, reduz o atrito e aumenta a durabilidade do conjunto. Já o sistema I-See, que escolhe as melhores marchas com base em dados de topografia, ganhou tolerância 10 km/h maior para manter a marcha selecionada, favorecendo a economia de combustível.

Liderança mantida

O FH é o caminhão pesado mais vendido no Brasil há sete anos consecutivos e um dos principais produtos da Volvo no país. Com as atualizações, a montadora busca reforçar sua posição no segmento e manter o apelo de tecnologia e produtividade que caracteriza o modelo desde sua estreia.

“O FH segue como referência em robustez e eficiência no transporte de longa distância. O I-Torque é mais uma evolução que consolida essa liderança”, diz Cavalcanti. A linha 2026 já está à venda nas concessionárias Volvo.

O modelo também figurou por anos entre os dez veículos mais vendidos do país, em todas as categorias. Em 2026, porém, perdeu o primeiro lugar para modelos leves — reflexo da retração nas vendas de caminhões pesados, com peso bruto total (PBT) acima de 16 toneladas, que respondem por cerca de 46% da produção nacional de caminhões. A desaceleração do segmento está diretamente ligada ao aumento da taxa básica de juros para 15%, o que encareceu o crédito e reduziu o ritmo de renovação de frotas.

Fique por dentro de todas as novidades do setor de transporte de carga e logística:
➡️ Siga o canal da Transporte Moderno no WhatsApp
➡️ Acompanhe nossas redes sociais: LinkedInInstagram e Facebook
➡️ Inscreva-se no canal do Videocast Transporte Moderno

Veja também