O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta semana que tarifas de 25% sobre caminhões médios e pesados produzidos fora do país passarão a valer a partir de 1º de novembro. A medida amplia o escopo da taxação, inicialmente restrita a veículos pesados, e ocorre em meio a uma nova rodada de negociações comerciais com o Canadá.
Um dia após o anúncio, Trump recebeu o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, na Casa Branca, para tratar de política comercial e acordos bilaterais. A reunião, realizada na terça-feira (7), foi a segunda entre os dois líderes antes da revisão do Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), prevista para o próximo ano.
Em sua primeira declaração sobre o tema, feita no fim de setembro, Trump havia dito que as tarifas entrariam em vigor em 1º de outubro e incidiriam apenas sobre caminhões pesados. No novo comunicado, divulgado em suas redes sociais no dia 6, o republicano incluiu também os modelos de médio porte e adiou o início da cobrança para novembro.
“Nossas grandes fabricantes de caminhões — como Peterbilt, Kenworth, Freightliner e Mack Trucks — serão protegidas contra a invasão de produtos estrangeiros”, escreveu Trump. “Precisamos que nossos caminhoneiros estejam financeiramente fortes e saudáveis, por muitas razões, mas, acima de tudo, por segurança nacional.”
Fabricantes de caminhões têm evitado se posicionar publicamente, aguardando detalhes sobre como as tarifas serão aplicadas e se haverá exceções regionais dentro da América do Norte.
Renegociação do acordo comercial
O encontro com Carney reforçou a intenção do governo norte-americano de rever pontos do USMCA, tratado que substituiu o Nafta e permite a entrada da maior parte dos produtos canadenses e mexicanos no mercado americano sem tarifas.
Trump afirmou que está aberto a estender o acordo atual por meio de uma renegociação ou, alternativamente, firmar “novos entendimentos” com seus principais parceiros comerciais.
O comércio com o Canadá tem sido alvo de tarifas específicas impostas sob a Seção 232 da legislação americana, que permite sobretaxas por motivos de segurança nacional. As medidas já afetam aço e alumínio e podem ser ampliadas para madeira ainda neste mês.
Após o encontro, o ministro canadense do Comércio com os EUA, Dominic LeBlanc, declarou que os dois países estão trabalhando para “fechar rapidamente acordos” em setores estratégicos.
“A conversa entre os dois líderes nos deu a sensação clara de que há vontade de estruturar algo que seja de interesse econômico e de segurança para ambos, começando pelos setores de aço e alumínio”, afirmou LeBlanc.
O anúncio das tarifas sobre caminhões reforça o tom protecionista da atual administração americana e deve ter impacto direto nas exportações de veículos comerciais para o país, um dos maiores mercados do mundo.
Com informações da The Canadian Press
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