A ferrovia Transnordestina, gerida pela concessionária TLSN (Transnordestina Logística S.A.), deve chegar ao Porto do Pecém (CE) no segundo semestre de 2027, abrindo um novo capítulo para o transporte de cargas no Nordeste. A primeira fase da operação comissionada terá início ainda neste mês de outubro, com testes de transporte de soja, milho, farelo de soja e calcário entre Bela Vista do Piauí (PI) e Iguatu (CE).
Alex Augusto Sanches Trevisan, diretor comercial e terminais da Transnordestina, disse à reportagem do portal Transporte Moderno, no Congresso SAE Brasil 2025, que o objetivo dessa fase é testar a infraestrutura, o material rodante e os fluxos de carga, preparando a ferrovia para a operação plena. “O comissionamento vai ser feito nos terminais de Bela Vista e Iguatu, atendendo principalmente os fluxos de ração e granjas na região, que possui um rebanho significativo de gado leiteiro”, explicou Trevisan.
A ferrovia terá seis terminais ao longo dos 1.750 km, com dois já em obras e os demais a serem definidos. Entre eles estão Eliseu Martins, no Piauí, terminal certo para operação e atendendo a demanda regional de grãos; Trindade, em Pernambuco, voltado ao polo gesseiro, com transporte de gesso agrícola e gipsita; Xerémubim, no Ceará, projeto privado já em licenciamento; e o Terminal Portuário NELOG, em em Pecém (PSEM), destinado a minérios, grãos, fertilizantes e carga geral.
Trevisan ressalta que “a ferrovia será capaz de agregar outras cargas, como combustíveis, fruticultura e derivados de milho, aumentando o volume de carga geral transportada e tornando o modal ferroviário mais competitivo na matriz logística do país.”
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Investimentos de R$ 15 bilhões
O projeto da Transnordestina conta com R$ 15 bilhões em investimentos, dos quais R$ 4,4 bilhões são do Governo Federal. Parte do financiamento vem do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), que prevê desembolsos de até R$ 1 bilhão por ano até 2027, garantindo a conclusão da primeira fase e o alcance do Porto do Pecém.
Segundo Eduardo Tavares, secretário de Fundos e Instrumentos Financeiros do MIDR, a chegada ao Pecém permitirá “uma nova escala logística, com mais oportunidades de expansão, como o Porto de Suape, em Pernambuco, e a interligação com a Ferrovia Norte-Sul.
A ferrovia promete transformar a logística regional, reduzindo custos e tempo de transporte para produtores de grãos, gesso, fruticultura e derivados de petróleo. Além disso, a Transnordestina deve gerar um crescimento estimado de R$ 7 bilhões por ano no semiárido nordestino, em sinergia com obras de irrigação e segurança hídrica, como a Transposição do Rio São Francisco.
A promessa é que, com a chegada ao Porto do Pecém, a Transnordestina se posicione como um eixo estratégico para o escoamento de cargas do Nordeste para exportação. O resultado será o fortalecimento o agronegócio local, atraindo investimentos e consolidando o transporte ferroviário como alternativa eficiente e competitiva frente ao modal rodoviário.
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