Aline Feltrin, De Porto Alegre (RS)
O mercado de implementos rodoviários brasileiro atravessa um ano desafiador, com queda de vendas, fechamento de vagas e alto nível de ociosidade nas fábricas. Nesse cenário, a catarinense HC Hornburg busca se adaptar com soluções sob medida, produtos à pronta-entrega e aumento das exportações, medidas que ajudam a mitigar os efeitos da baixa demanda.
“O início do ano foi muito bom, mas o cenário mudou. É desafiador. Estamos focados em oferecer soluções sob medida para nossos clientes, principalmente no Sul do país”, afirma Betina Borchard, CEO da HC Hornburg e vice-presidente da Anfir, associação que reúne as fabricantes de implementos rodoviários no Brasil. A empresa projeta encerrar 2025 com vendas 7% abaixo de 2024, quando comercializou cerca de 1.300 produtos.
Mesmo assim, a HC Hornburg inaugurou em abril uma nova filial em Santa Catarina, voltada para produtos à pronta-entrega, permitindo atender rapidamente demandas locais e fortalecer o relacionamento com clientes, inclusive na exportação.
O contexto do setor reforça os desafios: a indústria brasileira de implementos rodoviários já fechou cerca de 1 mil vagas em 2025 devido à fraca demanda interna, especialmente no segmento pesado – reboques e semirreboques.
Entre janeiro e agosto, a venda acumulada caiu 20,7%, totalizando 47.737 unidades ante 60.199 no mesmo período de 2024. Segundo o presidente da Anfir, José Carlos Sprícigo, o nível de ociosidade das fábricas está em torno de 35%, reflexo da redução da atividade. A entidade reúne 170 associadas e mais de 1.458 afiliadas ativas, de micro a grandes empresas.
Exportações
Contudo, o aumento das exportações tem ajudado a mitigar parcialmente os impactos da baixa demanda. Até julho de 2025, o setor exportou 2.623 implementos, crescimento de 44,84% em relação às 1.811 unidades vendidas no mesmo período de 2024, com destaque para Chile (1.124 unidades), Paraguai (1.031) e Uruguai (373).
A HC Hornburg acompanha essa tendência internacional, mantendo exportações há mais de 15 anos para Uruguai, Paraguai, Bolívia, Peru, Equador e Guatemala. “O volume exportado cresceu cerca de 30% este ano, o que ajuda a compensar a queda do mercado interno. Ainda é uma base pequena, mas cada cliente novo consolida nossa presença internacional”, afirma Borchard.
A empresa participa pela primeira vez da 24ª TranspoSul, feira de transporte, que termina nesta sexta-feira (26), na Fiergs, em Porto Alegre (RS). No estande, a HC Hornburg apresenta dois equipamentos: a paleteira, carroceria frigorífica de 6,8 metros de comprimento, equipada com sistema refrigerado Carrier Supra 850, e a gancheira, carroceria transversal de 6,5 metros, refrigerada com HC Hornburg Alaska A610E R134 24V.
“Participar da feira nos permite estreitar relacionamentos, fidelizar clientes e abrir novas portas de negócios na região. Recebemos visitantes do Sul do país, de outros estados e até do Chile, mostrando o potencial de expansão internacional”, diz Borchard.
Fundada em 1973 por Heinz Hornburg em Jaraguá do Sul (SC), a HC Hornburg começou com carrocerias de madeira e evoluiu para furgões de aço rebitados à mão. Hoje, é uma das referências em implementos frigoríficos. A companhia tem de 130 funcionários e duas plantas produtivas.
A jornalista viajou a convite da organização da TranspoSul.
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