Em 2011, o Anuário de Gestão de Frotas destacava uma tendência que parecia nova à época: a profissionalização acelerada do transporte rodoviário, impulsionada pelo uso de sistemas cada vez mais avançados de gestão. A publicação ressaltava que as transportadoras já não dependiam apenas de caminhões modernos, mas sim da capacidade de integrar tecnologia, gestão de custos e qualificação da mão de obra para ganhar competitividade.
Passados 14 anos, a mensagem continua atual. A digitalização transformou a forma de controlar frota, frete e manutenção, mas a essência permanece: sem treinamento contínuo e sem gestores preparados para lidar com dados e tecnologia, a operação perde eficiência.
O desafio que não passa: mão de obra
O anuário já alertava em 2011 para o déficit de motoristas qualificados — à época, estimava-se a falta de 120 mil profissionais no paísAnuário de Gestão de Frotas 8. O problema, longe de ter sido resolvido, ganhou novas camadas: envelhecimento da categoria, dificuldade em atrair jovens e mulheres para a profissão, além da complexidade crescente dos veículos conectados e menos tolerantes a erros de condução.
Transportadoras chegaram a criar centros próprios de capacitação, como o G10 em Maringá e a Fabet em Santa Catarina, para formar motoristas e reduzir custos com acidentes e consumo de combustível. Essa prática se tornou referência e hoje inspira programas corporativos que unem simuladores, inteligência artificial e gamificação.
Sistemas de gestão: do papel ao algoritmo
Em 2011, a grande novidade era a adoção de softwares capazes de calcular fretes, integrar áreas internas da empresa e até apoiar no controle de direitos trabalhistasAnuário de Gestão de Frotas 8. Hoje, a telemetria avançada, a roteirização por IA e os sistemas preditivos de manutenção são rotina — mas a necessidade de gestores capazes de interpretar esses dados segue sendo crítica.
Segurança e produtividade caminham juntas
Outro ponto forte do anuário foi a relação direta entre segurança no trânsito e competitividade. Reduzir acidentes, dizia o especialista J. Pedro Corrêa, significava não apenas salvar vidas, mas também cortar custos e aumentar produtividade. Mais de uma década depois, a lógica permanece inalterada — e ganha força diante da pressão ESG e de clientes que exigem padrões mais elevados de responsabilidade socioambiental.
O futuro pede as mesmas respostas
Revisitar o anuário de 2011 é perceber que, apesar da evolução tecnológica, os pilares da boa gestão de frotas continuam os mesmos: reduzir custos, treinar pessoas e adotar sistemas de controle cada vez mais inteligentes.
Se em 2011 as empresas precisavam se preparar para o Euro 5 e para a chegada dos primeiros cartões eletrônicos de pagamento de frete, em 2025 os desafios envolvem caminhões a gás, elétricos, conectividade plena e pressão por sustentabilidade. A diferença é que agora a urgência é maior — e os erros, menos toleráveis.
Em outras palavras: as lições de 2011 não ficaram no passado. Elas se tornaram ainda mais necessárias.
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