Porto sem Papel já evitou corte de 30 mil árvores e redução de 72 mil toneladas de CO₂

Desde 2011, a digitalização dos processos portuários gera ganhos ambientais e fortalece o compromisso do Brasil com a sustentabilidade

Redação

O Programa Porto sem Papel (PSP), iniciativa do governo federal coordenada pelo Ministério de Portos e Aeroportos, acumula resultados expressivos em sustentabilidade. Desde sua criação, a digitalização dos processos portuários evitou o uso de aproximadamente 342,8 milhões de folhas de papel, equivalentes a 1.579 toneladas. O impacto representa a preservação de cerca de 30,6 mil eucaliptos, reforçando o compromisso do setor portuário brasileiro com práticas mais sustentáveis.

Criado para diminuir a burocracia nos portos, o Porto sem Papel unifica em uma plataforma digital única todas as informações necessárias para a atracação e operação das embarcações. Antes, a rotina exigia a entrega de diversos formulários físicos a diferentes órgãos anuentes. Hoje, com a centralização dos dados, armadores e agentes de navegação podem preencher o Documento Único Virtual (DUV) ainda durante a viagem do navio, antes da atracação. O procedimento garante maior previsibilidade, acelera a liberação e reduz o tempo de permanência das embarcações nos portos.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que o Porto sem Papel é um marco na modernização do setor portuário e destacou que a digitalização traz ganhos de eficiência ao mesmo tempo em que reforça o compromisso do Brasil com a sustentabilidade. “Estamos mostrando que é possível modernizar o setor, reduzir burocracia e, ao mesmo tempo, contribuir para a preservação do meio ambiente”, disse.

Eficiência operacional gera impacto ambiental positivo

Além da economia de papel, a digitalização contribui para reduzir o tempo de espera dos navios, impactando diretamente no consumo de combustível e na emissão de gases do efeito estufa. Entre 2013 e 2024, o sistema evitou a liberação de cerca de 72 mil toneladas de CO₂ na atmosfera, resultado da maior eficiência operacional.

Benefícios para o setor e para os trabalhadores

Antonio Teixeira, gerente de operações do GAC, empresa internacional de logística marítima com atuação no Brasil, afirma que o programa mudou a lógica de trabalho no setor. Hoje é possível preencher até 90% da documentação antes da chegada da embarcação, reduzindo o tempo de liberação de quatro ou cinco horas para até duas horas em alguns casos. “O Porto sem Papel é uma ferramenta absurdamente benéfica. Só vem melhorando e se consolidando como uma das melhores mudanças do setor nos últimos anos”, disse.

Teixeira ressalta que os benefícios vão além do aspecto ambiental. “Antes era preciso imprimir pilhas de papel e se deslocar até os órgãos. Hoje, tudo pode ser feito do escritório ou até em home office, algo impensável antes. Isso reduz deslocamentos, custos e até o estresse do trabalho”, acrescentou.

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