No fim dos anos 1990 o Brasil vivia um período de abertura econômica, a frota envelhecida pedia renovação e as montadoras disputavam espaço com tecnologia e inovações. Foi nesse cenário que a International, tradicional marca norte-americana, resolveu apostar no país.
Antes de erguer sua fábrica em Caxias do Sul (RS), a empresa realizou uma extensa pesquisa para entender as estradas, os hábitos e as necessidades dos transportadores brasileiros. O objetivo era claro: trazer soluções adaptadas à realidade local, mas sem abrir mão da tecnologia que já fazia fama nos Estados Unidos.
E a promessa era conquistar 10% do mercado nacional de caminhões médios e pesados em apenas cinco anos.
Um salto tecnológico: motor 100% eletrônico
Quando chegou, a International trouxe consigo algo que mudou a forma de pensar os caminhões no Brasil: o primeiro caminhão médio equipado com motor totalmente eletrônico. Em uma época em que a eletrônica ainda dava os primeiros passos no transporte rodoviário, isso representava um avanço ousado.
O gerenciamento eletrônico do motor prometia mais potência, menor consumo de combustível e maior vida útil. Para muitos motoristas e frotistas, era como ter uma nave espacial sobre rodas. Não por acaso, os anúncios da época diziam: “International é sinônimo de especialização e tecnologia de ponta. A marca que vai além das suas expectativas.”
Outro diferencial que marcou a presença da International foi a criação de um serviço de assistência gratuita 24 horas, com cobertura nacional – algo pioneiro para a época. Em caso de pane ou necessidade de manutenção, bastava ligar e o socorro estava a caminho. Uma rede estruturada para não deixar ninguém parado no meio da estrada.
O impacto no mercado
A chegada da International obrigou as concorrentes a se mexerem. Mercedes-Benz, Scania, Volvo e Volkswagen aceleraram investimentos para manter a competitividade. Em um momento em que a inovação era sinônimo de sobrevivência, a presença da marca norte-americana trouxe um novo patamar de exigência para os transportadores.
Mesmo com altos e baixos e mudanças de estratégia ao longo dos anos, a lembrança dos caminhões International segue viva na memória de quem acompanhou essa época.
Para muitos caminhoneiros, guiar um International era mais do que trabalhar – era estar no comando de um caminhão que simbolizava o futuro.
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