Aumento das exportações eleva o faturamento da indústria de autopeças no primeiro semestre

Apesar do cenário favorável no semestre, a cadeia começou a mostrar sinais de desaceleração em junho, com o faturamento nominal recuando 5,4% frente a maio, segundo o Sindipeças

Sonia Moraes

A indústria de autopeças apresentou desempenho positivo no primeiro semestre de 2025, com crescimento de 13,6% no faturamento de janeiro a junho (10,2% em termos reais). No acumulado em 12 meses o aumento foi de 15,9%, com alta de 12,6% em termos reais, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).

Esse resultado, segundo o Sindipeças, acompanha a trajetória da produção de veículos, que avançou 7,8% entre janeiro e junho, impulsionada sobretudo pelo forte aumento de 59,8% das exportações, fator que tem sustentado o setor.

“Apesar do cenário favorável no semestre, a cadeia começou a mostrar sinais de desaceleração em junho, com o faturamento nominal recuando 5,4% frente a maio”. Na comparação de junho de 2025 com junho do ano passado, o crescimento também perdeu fôlego, passando de 16,3% em maio para 5,9% em junho. Em termos reais, o comportamento foi semelhante, com queda de 5,6% na variação mensal e desaceleração da alta anual, de 13,2% para 2,9%.

Desempenho mensal

O Sindipeças destaca que a retração mensal foi puxada principalmente pelas vendas mais fracas para montadoras, que responderam por mais de 65% do faturamento do setor em junho e registraram queda de 5,0% frente a maio (5,2% menos em termos reais).

O mercado de reposição também apresentou resultado negativo em junho em relação a maio deste ano, com redução de 12,0% no faturamento nominal e 12,2% em termos reais. A linha leve teve redução de 14,08% e a linha pesada de 1,21%. Na comparação de junho deste ano com o mesmo mês do ano passado, retração do faturamento nominal foi de 4,1% e em reais foi de 12,2%.

As exportações seguiram em alta, com crescimento nominal de 16,9% de janeiro a junho deste ano, de 13,4% em termos reais e de 3,7% em dólares (0,6% em termos reais), em linha com o dado positivo de exportações de autopeças observado em junho, segundo o Sindipeças.

“Momentaneamente, os efeitos iniciais das tarifas americanas impactaram as vendas para o mercado americano, com redução de 4,9% até junho, sem força, porém, para afetar as exportações totais”, explica o Sindipeças.

“A exceção, nesse caso, foram as variações negativas nas exportações em dólares em termos reais, tanto na comparação anual quanto no acumulado em 12 meses. Essa queda pode ser atribuída ao real menos valorizado atualmente do que em anos anteriores, o que torna os produtos brasileiros relativamente mais baratos hoje em dia e impacta negativamente o faturamento do período.”

Capacidade instalada

Segundo o Sindipeças, a utilização da capacidade instalada caiu para 74,7% em junho, recuo de 0,5 pontos percentuais em relação a maio, embora ainda acima do nível registrado em junho de 2024 (0,9 pontos percentuais).

O número de empregados no setor apresentou recuperação, com aumento de 1,8% na comparação mensal (após queda de 3,6% em maio) e de +2,8% na comparação interanual.

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