A Scania está pronta para aproveitar a recuperação das exportações brasileiras de veículos pesados. No primeiro semestre de 2025, a montadora embarcou 4.815 unidades produzidas em São Bernardo do Campo (SP) – 4.029 caminhões e 786 ônibus – em linha com a forte demanda da Argentina, Chile, Colômbia e África do Sul, principais destinos da marca. A fabricante tem um sistema global de produção implementado há anos na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), que facilita atender rapidamente a demanda do mercado nacional e a do exterior.
O resultado reforça o otimismo da indústria. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) revisou para cima suas projeções e agora prevê um crescimento de 47,5% nas exportações de caminhões e ônibus neste ano, alcançando 33,5 mil unidades, contra 22,7 mil em 2024. Entre janeiro e julho, os embarques de veículos pesados já somaram 16.203 unidades, quase o dobro do mesmo período do ano passado.
Segundo Renata Perucci, gerente executiva de operações logísticas da Scania para a América Latina, os modelos mais procurados são os caminhões P 420 A6x2 e G 460 A6x4, voltados a aplicações de longa distância. A empresa utiliza diferentes modalidades logísticas: transporte rodoviário em pranchas, embarque marítimo pelo sistema Ro-Ro, além de exportações nos formatos CKD (completamente desmontados) e SKD (semidesmontados), em sua maioria pelo porto de Santos (SP).
Produção de acordo com a demanda
“O modelo de exportação depende do mercado. Para África do Sul, Malásia e Quênia, enviamos veículos no sistema SKD. Já na América Latina, prevalecem as unidades montadas (CBU)”, explica Perucci.
A executiva lembra que o maior volume histórico ocorreu em 2017, quando 65% da produção da fábrica paulista foi destinada ao exterior – 11.320 caminhões e 2.680 ônibus. “Neste ano, não trabalhamos com metas fixas de exportação. Ajustamos a produção de acordo com a demanda dos mercados”, afirma.
O desempenho das exportações tem sustentado a atividade industrial. De acordo com a Anfavea, os embarques de caminhões pesados cresceram 97,6% até julho, somando 9.887 unidades, enquanto os semipesados avançaram 52%, para 3.675 veículos. Já os envios de CKD recuaram 2,4%, para 4.472 unidades.
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