JSL cresce 10% no segundo trimestre e amplia eficiência operacional

Lucro segue pressionado por juros altos, mas empresa reduz alavancagem e reforça carteira de contratos

Um estudo conduzido pela Redirection International, especializada em assessoria de fusões e aquisições, revelou que entre 2018 e 2023 houve um aumento de 46% no volume de fusões e aquisições envolvendo operadores logísticos, o que posicionou essas companhias de forma favorável para lançar seus IPOs, ou seja, processo no qual uma empresa privada oferece ações ao público pela primeira vez, tornando-se assim uma companhia de capital aberto e listada em uma bolsa de valores

Aline Feltrin

A JSL encerrou o segundo trimestre de 2025 com receita bruta de R$ 2,8 bilhões, alta de 10% em relação ao mesmo período do ano passado, sustentada pelo avanço em contratos e ganhos de eficiência. Excluindo a redução deliberada na participação do transporte de grãos, adotada para elevar a rentabilidade, a receita teria crescido 13%.

O faturamento líquido foi de R$ 2,4 bilhões, alta de 11% na base anual, com destaque para os segmentos de distribuição urbana (+14%), armazenagem (+13%), operações dedicadas (+13%) e transporte de carga (+6%). Os setores que mais impulsionaram o desempenho foram papel e celulose, varejo, alimentos e bebidas e automotivo.

O Ebitda ajustado atingiu R$ 491,7 milhões, avanço de 23% sobre o 2º trimestre de 2024, com margem de 21,6% – expansão de 2,4 pontos percentuais. A melhora foi atribuída ao projeto de redução de custos, renegociação de contratos e aumento da eficiência operacional.

A companhia fechou R$ 1,5 bilhão em novos contratos no trimestre, com prazo médio de 67 meses, que devem adicionar R$ 22 milhões à receita mensal. Segundo a empresa, 62% dos novos acordos seguem o modelo asset light, que reduz necessidade de investimento próprio e mantém um balanço mais leve.

A venda de ativos – parte da estratégia de capital mais enxuto – somou R$ 107,5 milhões, alta de 55% frente ao 2º trimestre de 2024. O capex líquido recuou 88% na mesma base, para R$ 18 milhões.

O lucro líquido ajustado foi de R$ 36,3 milhões, ainda afetado por despesas financeiras elevadas em um cenário de CDI alto. A alavancagem, medida por dívida líquida/Ebitda ajustado, caiu para 3,1 vezes, recuo de 0,1 ponto frente ao trimestre anterior.

Para o presidente da companhia, Ramon Alcaraz, o trimestre reforça a resiliência do modelo de negócios e a capacidade de avançar mesmo em um ambiente macroeconômico desafiador. “A combinação entre crescimento e eficiência operacional nos permite evoluir nos planos de redução de custos e otimização de capital”, afirmou.

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