A GWM Hydrogen powered by FTXT, subsidiária da chinesa Great Wall Motors (GWM) dedicada a tecnologias de hidrogênio, iniciará neste mês os testes no Brasil de seu primeiro caminhão pesado movido a hidrogênio para o mercado nacional. O veículo, que pesa 49 toneladas, desembarcou no Porto de Santos (SP) e foi encaminhado para a fábrica da GWM em Iracemápolis (SP), onde passa por inspeções técnicas e validações antes de iniciar os testes de rodagem, previstos para setembro.
“A chegada desse caminhão é um marco para a construção de um ecossistema de hidrogênio no Brasil, que envolve parcerias estratégicas e soluções adaptadas à realidade local”, afirma Davi Lopes, Head da GWM Hydrogen-FTXT Brasil.
O caminhão combina uma bateria elétrica de 105 kWh com cilindros que armazenam 40 kg de hidrogênio para alimentar células a combustível que geram eletricidade, emitindo apenas água como subproduto. Inicialmente, os testes serão conduzidos em parceria com universidades brasileiras, incluindo a USP, que possui infraestrutura para abastecimento com hidrogênio produzido a partir do etanol.
Antes de rodar em vias públicas, o veículo passará por avaliações em pistas de teste, com foco em desempenho, segurança e eficiência energética, inicialmente sem carga e depois em condições reais de operação.
Em novembro de 2024, o portal Transporte Moderno já havia adiantado os planos da GWM para introduzir caminhões a hidrogênio no Brasil no início de 2025. Na época, Thiago Sugahara, gerente de ESG da GWM Brasil, ressaltou que “a inclusão dessa tecnologia no portfólio nacional reforça o compromisso da empresa com a descarbonização dos veículos pesados.”
A FTXT, além de fabricante, é provedora global de soluções de célula a combustível e tem vasta experiência na China, onde já operam cerca de 20 mil caminhões a hidrogênio. Na China, a frota inclui 600 caminhões pesados em circulação desde 2019 e centenas de veículos menores para serviços urbanos.
Além da importação
No Brasil, a GWM pretende ir além da importação e oferecer sua tecnologia a montadoras locais para produção integrada e investindo na criação da infraestrutura necessária, como estações de abastecimento. Parcerias com universidades, como a Federal de Itajubá (MG) e a USP, são parte desse esforço, incluindo a instalação de estações de recarga já previstas para entrar em operação até o fim de 2024.
“O maior desafio não é o caminhão em si, mas garantir a infraestrutura para abastecimento e as condições adequadas para sua operação no país”, destacou Sugahara à época.
Além disso, a rapidez no reabastecimento, que pode levar cerca de 15 minutos, aproxima o caminhão a hidrogênio da dinâmica dos modelos a diesel, superando o tempo de recarga dos caminhões elétricos tradicionais, que pode chegar a seis a oito horas.
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