Transporte Moderno – Quais foram os principais avanços da Rumo nos últimos anos para ampliar sua eficiência operacional?
Maria Alice – A Rumo vem passando por uma grande transformação nos últimos anos, com diversos investimentos em infraestrutura ferroviária e em tecnologia. Fizemos melhorias significativas nos nossos terminais, nas vias permanentes e na frota. Tudo isso contribui para o aumento da produtividade, redução de custos operacionais e maior confiabilidade no transporte ferroviário.
Transporte Moderno – O que tem sido feito em termos de planejamento para garantir o melhor aproveitamento da malha ferroviária da Rumo?
Maria Alice – A área de planejamento trabalha para garantir o equilíbrio entre a demanda de transporte e a capacidade da ferrovia. Temos um trabalho muito forte com a área comercial, de forma integrada, para entender as necessidades dos clientes e buscar as melhores soluções logísticas. Também utilizamos ferramentas de simulação e modelos matemáticos para identificar gargalos e otimizar o uso dos recursos.
Transporte Moderno – Você comentou sobre o projeto dos trens com 135 vagões e a capacidade de carga ampliada. Como isso impacta a eficiência operacional da Rumo e do modal ferroviário como um todo?
Maria Alice – Esse projeto é uma das principais iniciativas para maximizar nossa capacidade de transporte. Ao aumentar o número de vagões e também a carga por vagão, conseguimos transportar muito mais carga em uma única viagem, reduzindo custos e aumentando a eficiência energética. Isso significa menos viagens, menos consumo de combustível e menos impacto ambiental. Além disso, melhora a fluidez operacional e a capacidade de atendimento, o que é fundamental diante da demanda crescente.
Transporte Moderno – De que forma o avanço tecnológico tem impactado as operações ferroviárias da companhia?
Maria Alice – A tecnologia tem sido um dos principais pilares da nossa evolução. A Rumo tem investido em sistemas de monitoramento em tempo real, automação de processos, inteligência artificial e big data. Isso nos permite prever falhas, agir preventivamente e tomar decisões mais assertivas, o que resulta em maior eficiência e segurança nas operações.
Transporte Moderno – Quais os maiores desafios para o planejamento logístico no modal ferroviário?
Maria Alice – Um dos principais desafios é a complexidade de coordenar diferentes etapas da cadeia logística, que envolve desde o carregamento na origem até a entrega no destino. Além disso, lidamos com variáveis como sazonalidade, clima e restrições operacionais que exigem um planejamento dinâmico e robusto. Outro ponto importante é a interação com outros modais, especialmente o rodoviário, para garantir fluidez no transporte intermodal.
Transporte Moderno – Quais as estratégias da Rumo para expandir sua atuação e atender novas regiões e mercados?
Maria Alice – A companhia tem trabalhado fortemente na expansão da malha ferroviária, como no caso da Ferrovia Estadual de Mato Grosso (FMT), além da renovação da Malha Paulista, que tem sido fundamental para aumentar a capacidade de transporte. Também temos buscado parcerias estratégicas e o desenvolvimento de novos corredores logísticos que conectem regiões produtoras aos principais portos do país.
Transporte Moderno – Qual é o papel da ferrovia no contexto da sustentabilidade e da transição energética no transporte?
Maria Alice – A ferrovia é um dos modais mais sustentáveis que existem. Ela emite menos gases de efeito estufa por tonelada transportada, consome menos combustível e reduz o trânsito nas estradas. À medida que o Brasil avança na agenda ESG, a ferrovia ganha ainda mais relevância como solução de transporte eficiente, limpo e de menor impacto ambiental.
Transporte Moderno – E quanto ao relacionamento com os clientes? Há uma mudança de postura por parte do setor produtivo em relação ao uso da ferrovia?
Maria Alice – Sim, percebemos uma mudança significativa. Os clientes estão cada vez mais abertos a considerar a ferrovia como alternativa viável ao transporte rodoviário, especialmente em rotas de longa distância. Eles buscam soluções logísticas mais confiáveis, previsíveis e sustentáveis, e a Rumo tem se posicionado para atender essas demandas com excelência.
Transporte Moderno – Como você avalia a importância do planejamento estratégico dentro de uma operadora ferroviária?
Maria Alice – O planejamento estratégico é fundamental para garantir que os investimentos sejam bem direcionados, que a operação seja eficiente e que os objetivos da empresa sejam alcançados. Ele permite antecipar tendências, mitigar riscos e criar valor para os stakeholders. Na Rumo, o planejamento é uma área central para o sucesso do negócio.
Quais são os principais desafios enfrentados na integração entre os modais ferroviário e rodoviário?
Maria Alice – A integração entre modais ainda exige avanços em infraestrutura, especialmente nos pontos de transbordo e acesso aos terminais intermodais. Além disso, há desafios regulatórios e operacionais que demandam uma atuação coordenada entre os setores público e privado. No entanto, temos avançado com parcerias estratégicas e melhorias nos processos logísticos para reduzir os gargalos e ampliar a fluidez das cargas.
Como a Rumo tem contribuído para tornar a logística brasileira mais sustentável?
Maria Alice – A ferrovia, por si só, já é uma alternativa mais sustentável por emitir menos gases de efeito estufa por tonelada transportada em comparação com o modal rodoviário. Além disso, temos investido em locomotivas mais eficientes, no reaproveitamento de materiais e no uso consciente de recursos. A sustentabilidade está no centro da nossa estratégia, aliando ganhos ambientais, sociais e econômicos.
Transporte Moderno – E para o segundo semestre, quais são as principais estratégias da Rumo para manter esse ritmo de crescimento e ganhar ainda mais eficiência?
Maria Alice – No segundo semestre, vamos focar na continuidade dos investimentos em infraestrutura, especialmente na modernização dos pátios e linhas para suportar esses trens maiores. Também vamos ampliar o uso das tecnologias de apoio ao maquinista para aumentar a segurança e a eficiência na operação. Paralelamente, seguimos buscando parcerias estratégicas com outras ferrovias e terminais para melhorar a intermodalidade e a capacidade de escoamento, especialmente no Porto de Santos, que é vital para o agronegócio brasileiro. Tudo isso alinhado a um esforço constante para reduzir custos e aumentar a sustentabilidade das operações.
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