A produção de caminhões teve aumento de 6,8% em julho, com 12.058 unidades, quando comparada com os 11.293 veículos fabricados em junho deste ano, e de 1,3% em relação a julho de 2024, quando atingiu 11.909 unidades, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
No acumulado de janeiro a julho foram produzidos 78.429 caminhões, aumento de 2,8% sobre os 76.300 veículos fabricados nos sete meses de 2024. Esse crescimento, segundo Igor Calvet, presidente da Anfavea, está sendo estimulado pelas exportações que vêm mantendo ritmo de crescimento forte, com grande participação da Argentina.
Do total de caminhões produzidos até julho deste ano, os modelos pesados, que têm 45% representatividade no setor, acumularam de janeiro a julho 39.673 unidades, 12,7% abaixo do mesmo período de 2024. De semipesados foram 24.109 unidades, com aumento de 27,1% e de modelos médios foram 4.206 unidades, 162,4% de crescimento. De caminhões leves foram produzidas 9.867 unidades, aumento de 0,8% e de semileves foram 574, incremento de 16,4%.
Emplacamento
As vendas ao mercado interno ainda enfrentam desafios devido à alta taxa de juros e a instabilidade econômica e política do país. Em julho, foram emplacados 10.598 veículos, com aumento de 24,5% sobre junho deste ano, mas redução de 6,6% sobre julho de 2024, quando totalizou 11.350 unidades, segundo a Anfavea.
No acumulado de janeiro a julho, a retração nas vendas foi de 4,1%, tendo 65.352 caminhões emplacados no país, ante as 68.117 unidades nos sete meses de 2024. “No acumulado do ano, a retração permanece e está claramente consolidada”, disse Calvet.
Segundo o presidente da Anfavea, os juros altos são um grande problema para o setor de pesados, mas não o único. “Ainda não temos muita clareza em relação aos efeitos que as questões tarifárias causarão a outros setores da economia, como o de madeira, minério, papel e café, que também causam impacto ao mercado de caminhões”, disse Calvet.
“Ainda estamos vivendo um período de incertezas, e, quando fechamos a projeção para o ano, a Selic estava em 12,5% e sete meses depois está em 15%. As contas que fizemos no final do ano passado não valem quando se trata de juros, e os empresários estão postergando os investimentos devido aos juros altos e a instabilidade econômica e política.”
O presidente da Anfavea destacou que, embora o agro seja um dos grandes puxadores do crescimento do PIB ao longo deste ano, mesmo assim está abaixo de um PIB potencial. “Já temos um endividamento no agro brasileiro e há relatos no mercado que a inadimplência no agro começou a crescer. Então, podemos ter uma grande safra, mas é preciso ver o preço das commodities, a inadimplência no setor agrícola, a instabilidade política e econômica, além da taxa de juros. É uma equação difícil de fechar”, disse Calvet.
Ranking de vendas
No ranking do setor a Volkswagen Caminhões e Ônibus manteve a liderança, com 17.042 caminhões vendidos de janeiro a julho deste ano, 0,2% superior ao mesmo período do ano passado (17.006 unidades), e o segundo lugar ficou com a Mercedes-Benz, que teve 15.405 veículos comercializados no país, aumento de 11,8% em relação aos sete meses de 2024 (13.782 unidades).
A Volvo ficou em terceiro lugar com 11.461 veículos vendidos até julho deste ano, redução de 6,4% sobre o mesmo período de 2024 (12.244 unidades), e a Scania em quarto com 8.104 veículos, queda de 26,7% em relação aos sete meses do ano passado (11.055 unidades).
A Iveco, quinta colocada, vendeu 4.875 veículos, 6,0% superior aos sete meses de 2024 (4.601 unidades) e a DAF, que está em sexto lugar, comercializou 4.773 caminhões, 10,4% abaixo do que vendeu no mesmo período do ano passado (5.325 unidades).
Exportações
As exportações continuam pujantes para o mercado de caminhões, com o embarque de 2.759 veículos em julho, aumento de 9,3% sobre junho deste ano, mas de 84,4% na comparação com julho de 2024 (1.496 unidades).
No acumulado de janeiro a julho, as montadoras exportaram 16.203 caminhões, aumento de 89,8% sobre o mesmo período de 2024. O maior volume foi de modelos pesados, com 9.887 unidades, 97,6% a mais do que no mesmo período de 2024 (5.003 unidades).
De semipesados, foram exportados 3.675 veículos de janeiro a julho, 52,0% a mais que nos sete meses de 2024. De leves, foram 1.890 unidades, aumento de 140,2%, de médios, foram 523 unidades, incremento de 270,9%, e de semileves foram 228 unidades, com alta de 21,3%.
Em CKD (veículos desmontados), foram exportados 4.472 caminhões até julho deste ano, redução de 2,4% em relação às 4.582 unidades embarcadas de janeiro a julho de 2024.
Revisão nas projeções
Diante do cenário de elevadas taxas de juros e instabilidade econômica e política, a Anfavea revisou suas projeções para 2025. A estimativa anterior era de que seriam emplacados 149.200 mil veículos pesados – 125.200 caminhões e 24 mil ônibus –, aumento de 1,2% sobre as 147.400 unidades em 2024, mas foi reduzida para 139.800 veículos, com queda de 5,1%, devido à redução de 8,3% nas vendas de caminhões, que ficarão em 114.500 unidades.
Para o mercado de ônibus, houve aumento na estimativa de crescimento nas vendas, de 7,0% para 12,8%, totalizando 25.300 unidades, ante os 22.400 veículos vendidos em 2024.
Para as exportações, a Anfavea elevou as projeções para os veículos pesados, de 2,0% para 47,5%, chegando a 33.500 unidades, quando comparado ao embarque de 22.700 veículos em 2024. A produção esperada de 169 mil veículos foi reduzida em 0,2%, totalizando 168.600 unidades.
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