Em janeiro de 1993, a Volvo deu um passo decisivo para consolidar sua posição no mercado de caminhões pesados no Brasil. Foi naquele mês que chegou às concessionárias a linha Volvo NL 93, uma reformulação que elevou os padrões de conforto e desempenho no transporte rodoviário de carga.
Quase três anos após o lançamento do modelo original, a nova geração trouxe mudanças profundas, resultado de pesquisas que apontavam insatisfação dos motoristas com o espaço e a ergonomia das cabinas disponíveis no país. O objetivo era claro: reduzir a distância em relação ao principal concorrente da época, a Scania, e oferecer ao caminhoneiro brasileiro uma experiência mais próxima da europeia.
A versão leito ganhou 25 centímetros a mais de comprimento, aumentando o espaço interno de 5,2 m³ para 5,9 m³. A cama passou a medir 1,90 metro por 0,90 metro, permitindo que o motorista descansasse sem precisar deslocar os bancos. Cortinas em trilho integral garantiam privacidade, e o painel, redesenhado, incorporava tacógrafo eletrônico e comandos agrupados de forma ergonômica. O ar-condicionado, antes restrito às versões de exportação, passou a equipar de série todos os modelos mais pesados, enquanto o isolamento termoacústico limitava o ruído interno a 77 decibéis. Para completar, novas molas e amortecedores de curso mais longo reduziram a vibração, aumentando o conforto em viagens longas.

Na motorização, a linha passou a contar com quatro versões, todas equipadas com intercooler. O NL 10 com 310 cv inaugurava a entrada, seguido pelo NL 10 de 340 cv. O NL 12 surgia em duas configurações: uma com 356 cv e outra com 408 cv, esta última recomendada para longas distâncias, terrenos acidentados e operações de alta quilometragem. Com novos pistões, anéis, camisas e turbos mais potentes, os motores ofereceram não apenas maior potência, mas também ganhos significativos em torque, permitindo melhor desempenho e economia em condições severas.
Design externo
Externamente, o Volvo NL 93 se destacou pela grade frontal branca e pelas novas faixas laterais coloridas, além do spoiler integrado e do pára-sol. As portas ficaram mais largas e os degraus reposicionados, facilitando o acesso. A segurança foi reforçada com para-brisas laminados, retrovisores bipartidos, válvula sensora de carga e novo freio-motor acoplado ao turbo, que reduzia o desgaste das lonas de freio. A suspensão dianteira também inovou: as tradicionais dez molas semi-elípticas deram lugar a três molas parabólicas, solução que reduziu o peso em 135 kg e aumentou o conforto.
O lançamento do Volvo NL 93 marcou época. Para muitos motoristas, foi a primeira vez que um caminhão nacional ofereceu uma cabine com o conforto e o espaço que a profissão exigia. Aliava robustez, potência e tecnologia a um ambiente de trabalho mais digno para quem passava dias na estrada. Hoje, olhando para trás, o NL 93 é lembrado como um dos modelos que ajudaram a redefinir os padrões do transporte rodoviário de cargas no Brasil, consolidando a Volvo como uma referência em inovação e qualidade.
Leia a reportagem completa na edição nº 345 de janeiro de 1993. Clique aqui.