A crescente dificuldade de encontrar motoristas qualificados e os altos custos com acidentes rodoviários têm levado transportadoras e embarcadores a buscar novas soluções para seleção de profissionais. Nesse cenário, a Grou, plataforma de análise comportamental, identifica candidatos mais aderentes a cargos críticos, como o de motorista de cargas pesadas.
Baseada no Personal Development Analysis (PDA), a tecnologia cruza dados de perfil comportamental com as competências exigidas pela função, permitindo às empresas contratar motoristas com maior potencial para condução defensiva e menor risco de acidentes.
“Um acidente gera impacto financeiro elevado, tanto pelo risco humano quanto pela carga transportada. Por isso, mesmo que o processo de seleção se torne mais restritivo, a economia e a segurança compensam”, afirma Fernanda Fuhmeister, cofundadora da Grou (foto abaixo).

Setor de celulose
Em um projeto recente com a Suzano, do setor de celulose, a Grou analisou motoristas com histórico seguro e criou um parâmetro de cargo para novas contratações. O estudo mostrou que profissionais referência tinham até 90% de compatibilidade com o perfil ideal, enquanto motoristas com registro de acidentes não passavam de 23%.
O modelo foi aplicado em 736 motoristas, com 80% dos resultados considerados válidos e compatibilidade média de 75,8%. O desempenho validou a metodologia, que voltou a ser contratada em 2024 para novos projetos.
Apesar dos resultados, Fernanda avalia que a adesão do setor ainda é lenta. “Muitas empresas não percebem que a análise de perfil pode mitigar riscos físicos. Ainda há um caminho a percorrer para ampliar essa visão”, diz.
Com taxa mínima de assertividade de 84%, a ferramenta tem atraído transportadoras em busca de maior eficiência, além de ajudar a enfrentar a escassez de motoristas qualificados.
Novo impulso regulatório
A demanda por soluções como a da Grou tende a crescer com a entrada em vigor da nova NR1 no próximo mês. A norma, que atualiza as regras de segurança e saúde no trabalho, exige das empresas uma gestão mais robusta de riscos ocupacionais e a implementação do Plano de Gerenciamento de Riscos (PGR). Entre as novidades, está a ênfase em identificar e mitigar não apenas fatores físicos, mas também comportamentais e psicossociais, reforçando a necessidade de processos seletivos mais criteriosos.
“O investimento compensa, porque além de reduzir riscos, aumenta a confiança nas contratações e fortalece a gestão de equipes em cargos críticos”, conclui Fernanda.
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