Aeronaves brasileiras escapam de tarifaço de 50%; confira o posicionamento da Embraer

Os Estados Unidos representam 45% das vendas de jatos comerciais e cerca de 70% das entregas de jatos executivos da fabricante brasileira

Aline Feltrin

O setor aeronáutico brasileiro, liderado pela Embraer, conseguiu escapar de um dos maiores aumentos tarifários já impostos pelos Estados Unidos ao Brasil. Apesar de o presidente Donald Trump ter assinado, nesta quarta-feira (30), um decreto que eleva para até 50% as tarifas sobre diversos produtos brasileiros, aeronaves civis e seus componentes foram incluídos na lista de exceções, juntamente com outros itens estratégicos.

Em comunicado enviado ao portal Transporte Moderno, a Embraer destacou que a medida do governo norte-americano garante a exclusão das aeronaves civis e seus insumos da tarifa adicional de 40%, que eleva o total para 50%. Dessa forma, as exportações da companhia para os EUA continuam sujeitas à alíquota de 10%, em vigor desde 2 de abril. “Continuamos acreditando e defendendo firmemente o retorno à regra de tarifa zero para a indústria aeroespacial global. Mais importante ainda, apoiamos o diálogo contínuo entre os governos brasileiro e norte-americano e permanecemos confiantes em um resultado positivo para os dois países”, afirmou a empresa em nota.

Impacto direto no mercado

A notícia foi recebida com forte entusiasmo pelo mercado. As ações da Embraer dispararam 10% na B3 logo após a confirmação da exceção. A decisão é considerada estratégica, uma vez que os Estados Unidos representam 45% das vendas de jatos comerciais e cerca de 70% das entregas de jatos executivos da fabricante brasileira.

Analistas avaliam que a exclusão do setor aeronáutico deve preservar a competitividade internacional da Embraer e atenuar os riscos de perda de mercado para concorrentes europeus e canadenses.

O decreto assinado por Trump impôs a sobretaxa de 40% sobre centenas de itens brasileiros, mas deixou de fora quase 700 produtos considerados sensíveis para a economia norte-americana. Além de aeronaves civis, estão isentos veículos de passageiros, caminhões leves, fertilizantes, determinados tipos de aço e alumínio, combustíveis e alguns produtos agrícolas, como suco de laranja e castanha-do-brasil.

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