Mesmo com uma retração de 13% nas vendas de cotas nos primeiros cinco meses do ano, o consórcio de veículos pesados, sobretudo caminhões, apresentou crescimento expressivo nos negócios realizados, alcançando R$ 19,03 bilhões, um avanço de 11,8% em relação ao mesmo período de 2024. O tíquete médio disparou 37,6%, passando de R$ 180,8 mil para R$ 248,8 mil em maio. Os dados são da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (ABAC).
A retomada do setor também é evidenciada pela evolução das adesões mês a mês, que subiram de 14,6 mil em janeiro para 20,9 mil em maio — um crescimento acumulado de 42,6%. O número de consorciados ativos no setor chegou a 896,8 mil, alta de 11,2%, e as contemplações subiram 15,8%, totalizando 39,67 mil. Os créditos liberados a esses consorciados somaram R$ 8,87 bilhões, 43,1% acima do registrado no mesmo intervalo do ano anterior.
Segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), as contemplações nos grupos de consórcio responderam por 37% das vendas de caminhões no país, o equivalente a um a cada três veículos pesados comercializados no mercado interno.
Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC, explica que a modalidade oferece flexibilidade na utilização do crédito — inclusive permitindo o uso de até 10% para cobrir despesas com documentação e seguros. “Essas características tornam o consórcio um instrumento cada vez mais estratégico para transportadoras e autônomos que desejam renovar ou ampliar suas frotas com planejamento e menor custo”, conclui.
Perfil do consorciado
No passado, o consumidor do consórcio era o grande frotista, mas, hoje, essa realidade mudou. Conforme a ABAC, em números, a venda para pessoas jurídicas representa de 52,8% do total, enquanto profissionais autônomos já são 47,2% dos compradores.
Mesmo assim, a opção de modalidade de pagamento criada no Brasil na década de 1960 ainda é pouco utilizada. Dados do Banco Central mostram que o consórcio representa 5% entre as opções escolhidas. O percentual é pequeno perto do Finame do BNDES e do Crédito Direto ao Consumidor (CDC) que, somados, representam 39% das vendas financiadas no País
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