A indústria de autopeças fechou o acumulado de janeiro a maio de 2025 com déficit de US$ 6,17 bilhões na balança comercial, montante 20,5% superior ao saldo negativo de US$ 5,12 bilhões registrado no mesmo período de 2024, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).
Esse resultado negativo é decorrente da movimentação maior das importações, que totalizaram US$ 9,50 bilhões de janeiro a maio deste ano, aumento de 14,4% em relação aos US$ 8,31 bilhões alcançados no mesmo período de 2024.
As exportações atingiram US$ 3,32 bilhões e, mesmo com crescimento de 4,6% sobre os US$ 3,18 bilhões registrados nos cinco meses de 2024, ficaram abaixo do volume de produtos que desembarcaram no país.
O Sindipeças esclarece que o avanço expressivo das importações pode estar associado à recente valorização do real frente ao dólar, cuja trajetória tem sido de queda ao longo do ano. “Além disso, a expectativa dos produtores pode ser de que esse movimento não se sustente ao longo do ano. A desvalorização da moeda norte-americana está fortemente vinculada ao cenário internacional, marcado por incertezas sobre a condução do governo dos Estados Unidos. A atuação instável de Donald Trump, com sucessivos conflitos diplomáticos e a imposição de tarifas, tem provocado a saída de investidores dos ativos em dólar, contribuindo para o enfraquecimento da moeda.”
Outro ponto relevante, segundo o Sindipeças, foi a ampliação do acordo entre Brasil e Argentina, que retomou a eliminação das tarifas sobre a importação de autopeças, com o objetivo de reduzir custos e fortalecer a competitividade da indústria brasileira. “Os reflexos foram observados no crescimento das exportações para a Argentina, cuja participação no total exportado subiu de 38% em abril para 41% em maio, com alta de 32,5% na comparação anual. No caso das importações, no entanto, o impacto ainda não foi percebido: a participação das autopeças argentinas nas importações brasileiras recuou de 3,9% para 3,6% no mesmo período, apesar da alta de 1,9% na variação anual.”
Em maio a balança comercial da indústria da indústria de autopeças registrou déficit de US$ 1,3 bilhão, valor 25,3% superior ao mesmo mês de 2024, quando atingiu US$ 1,02 bilhão. As importações avançaram 15,5%, totalizando US$ 1,96 bilhão, enquanto as exportações somaram US$ 682,3 milhões, com leve alta de 0,6% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Importações
As importações provenientes de 140 mercados têm como destaque a China, com US$ 1,73 bilhão de compras realizadas pelas empresas de janeiro a maio de 2025, incremento de 21,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, e a participação foi de 18,1%.
Os Estados Unidos continuam em segundo lugar, com U$S 986,5 milhões, alta de 9,7% e 10,4% de participação. Na sequência está o Japão com US$ 879,4 milhões, aumento de 26,8% e 9,3% de participação.
A Alemanha, quarto lugar no ranking, teve 8,9% de participação nas compras das empresas com US$ 850,1 milhões em componentes enviados ao Brasil, aumento de 8,5% em relação aos cinco meses de 2024.
O México teve 7,3% de participação nas compras feitas pelo Brasil, com US$ 695,7 milhões, salto de 17,9% sobre janeiro a maio do ano passado.
Exportações
As exportações para 181 países tiveram como o principal destino nos cinco meses deste ano a Argentina, com o embarque de US$ 1,29 bilhão, aumento de 24,6% em relação à igual período do ano passado e a participação foi de 39,0%.
Os Estados Unidos continuam em segundo lugar no ranking das exportações das autopeças, com 15,9% de participação, e o embarque atingiu US$ 528,2 milhões, redução de 6,5% sobre os cinco meses 2024.
O México teve 8,5% de representatividade nas exportações, com US$ 281,4 milhões, 27,8% abaixo de janeiro a maio de 2024. A Alemanha comprou US$ 181,7 milhões, aumento de 5,0% na comparação com os cinco meses do ano passado e a participação foi de 5,5% nos embarques.
O Chile, que está em quinto lugar nas exportações das empresas, com 2,8% de participação, teve US$ 94,5 milhões de compras adquiridas das fabricantes brasileiras, incremento de 1,8% sobre os cinco meses do ano passado.
Quer receber em primeira mão as principais notícias do transporte de cargas e logística? Clique aqui para entrar no nosso canal oficial no WhatsApp.