Pernambuco se posiciona na rota global dos combustíveis verdes com o anúncio da instalação de uma fábrica de e-metanol no Complexo Industrial Portuário de Suape. O investimento de R$ 2 bilhões, liderado pela GoVerde Holding S.A., tem como foco principal a exportação do combustível sustentável para mercados da Europa e América do Norte, especialmente para os setores naval e aéreo.
O contrato para a implantação da planta foi assinado pela governadora Raquel Lyra no último dia 9 de junho, com a previsão de início das obras em 2026. A unidade industrial ocupará inicialmente 10 hectares, podendo expandir-se para até 30 hectares, e deverá gerar cerca de 1.500 empregos diretos e indiretos durante sua construção.
A localização estratégica de Suape, um dos maiores complexos portuários do Brasil, é considerada fundamental para viabilizar a logística do e-metanol com destino ao mercado externo. O combustível, produzido a partir de hidrogênio verde e carbono biogênico, deve abastecer embarcações e aeronaves que buscam alternativas para reduzir as emissões de carbono.
“O diferencial do projeto é justamente seu foco na exportação, colocando Pernambuco e o Brasil como protagonistas na oferta de combustíveis limpos para um mercado internacional em rápido crescimento e alta demanda”, ressalta Ricardo Junqueira, CEO da GoVerde.
A capacidade inicial de produção da planta será de 300 toneladas diárias, com previsão de ampliação para até 900 toneladas diárias até 2032, consolidando o Brasil como fornecedor competitivo em um segmento estratégico da transição energética mundial.
Impacto econômico e ambiental
Além do impulso à balança comercial brasileira, o empreendimento deve fomentar o desenvolvimento econômico local e regional, com geração de empregos e atração de novos investimentos em tecnologias limpas. O projeto também contribui para o compromisso do país com metas de redução de gases de efeito estufa, ao oferecer uma alternativa viável para o transporte marítimo e aéreo — setores historicamente difíceis de descarbonizar.
O contrato tem duração inicial de 12 anos, com possibilidade de prorrogação, e prevê arrendamento mensal de R$ 122 mil ao Complexo de Suape.
Segundo o secretário de desenvolvimento econômico de Pernambuco, Guilherme Cavalcanti, “a chegada da GoVerde consolida a posição estratégica do porto como um hub regional de economia verde, capaz de atrair projetos estruturados e transformar a matriz energética do país”.
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