Frete rodoviário volta a subir em maio e alcança R$ 7,43 por km

Alta ocorre apesar da queda no preço do diesel; impacto da nova tabela da ANTT ainda não foi sentido pelo mercado

O preço médio do frete por quilômetro rodado encerrou o mês de agosto em R$ 6,36, um aumento de 0,47% em relação a julho, conforme dados do Índice de Frete Edenred Repom (IFR).

Aline Feltrin

O preço médio do frete rodoviário por quilômetro rodado voltou a subir em maio e interrompeu uma sequência de dois meses de queda, de acordo com a mais recente análise do Índice de Frete Rodoviário (IFR), produzido pela Edenred Frete. A média nacional passou de R$ 7,34 em abril para R$ 7,43 no último mês, o que representa uma alta de 1,23%.

O aumento contrasta com o comportamento do diesel no mesmo período. Segundo o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), o combustível teve retração superior a 2,5% em maio. No entanto, o recuo no custo do diesel ainda não se refletiu nos valores cobrados pelo transporte rodoviário de cargas.

A explicação está no calendário regulatório: a nova tabela da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), com piso mínimo de frete reajustado para baixo, só foi publicada no fim do mês, em 29 de maio. O impacto efetivo desse reajuste, portanto, só deve ser percebido nas próximas semanas.

“Mesmo com o diesel mais barato, o valor do frete demonstrou leve alta. Isso se deve ao fato de que durante o mês de maio alguns segmentos tiveram aumento na demanda, mas principalmente pelo fato de que a taxa Selic subiu 0,5%, indo para 14,75%, logo no começo do mês”, explica Vinicios Fernandes, diretor da Edenred Frete. Segundo ele, os prazos mais longos de pagamento no setor fazem com que os juros passem a ter peso crescente na composição dos preços do transporte.

Incertezas no cenário econômico

O ambiente macroeconômico também traz incertezas para o comportamento do setor. Em maio, o Índice de Gerentes de Compras (PMI) apontou retração na indústria brasileira pela primeira vez em 17 meses, reflexo da baixa demanda. “Esse desempenho da indústria pode influenciar o ritmo de contratações no setor de transporte nos próximos meses”, avalia Fernandes.

Apesar disso, há sinais de otimismo no agronegócio. O setor projeta uma recuperação de produtividade para o ciclo 2024/25, o que pode impulsionar a movimentação de cargas e, por consequência, influenciar positivamente o mercado de fretes.

O IFR é um indicador construído a partir de dados exclusivos da plataforma Edenred Repom, que registra mais de 8 milhões de transações anuais de frete e vale-pedágio. A Edenred Frete, braço de mobilidade da Edenred Brasil, atua há 30 anos no setor com serviços de gestão e pagamento de despesas no transporte rodoviário de cargas.

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