De Fazenda Rio Grande (PR)
O grupo Sumitomo Rubber, dona da marca Dunlop, está confiante no mercado brasileiro e mantém firme suas estratégias de ampliar a capacidade produtiva de pneus de carga e de passeio — podendo chegar a 30 mil unidades por dia — na fábrica localizada em Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba (PR), para ser mais competitiva no mercado brasileiro.
Desde 2013, o grupo japonês investiu R$ 2,4 bilhões neste complexo industrial, que tem 170 mil metros quadrados de área construída e capacidade para produzir 25.200 pneus por dia, sendo 23 mil pneus para veículos de passeio e 2.200 pneus de carga, dos quais 20% são destinados para as montadoras e 80% ao mercado de reposição.
“Hoje conseguimos atender 100% da demanda dos nossos clientes do Brasil com pneus produzidos aqui. Já temos parcerias consolidadas com montadoras, como a Iveco e a Volkswagen, e seguimos empenhados no processo de homologação para ampliar a nossa participação em outras fabricantes”, disse Hisaya Kamohara, presidente da Sumitomo Rubber do Brasil, aos jornalistas convidados para conhecer a linha de produção de pneus no Paraná.
Os pneus de carga começaram a ser produzidos no Paraná em 2019 e hoje, do total que sai da linha de montagem, 85% são destinados ao mercado de caminhões e 15% ao de ônibus, com grande volume comercializado na reposição.
Os pneus Dunlop equipam os caminhões pesados da linha Constellation da Volkswagen Caminhões e Ônibus e os modelos Tector S-Way e a Daily da Iveco. Mas a empresa está em fase de homologação para fornecer pneus de carga a duas montadoras no Brasil, segundo informou Rodrigo Alonso, diretor nacional de vendas e marketing da Dunlop Pneus, sem revelar o nome das empresas.
O diretor considerou que a participação de 20% nas vendas às montadoras está adequada, ao considerar que o tamanho do mercado de reposição é cinco vezes maior. “Se vier um projeto novo e ficar entre 25% montadoras e 75% reposição, será muito bom.”
Fábrica mais moderna do grupo japonês
A fábrica do Paraná é a mais moderna do Grupo Sumitomo Rubber, utilizando um processo produtivo enxuto e tecnologia TAIYO (Sun) System para fabricar pneus Dunlop sem emendas, o que garante maior precisão e segurança. Neste complexo industrial, a companhia emprega 2.200 funcionários e trabalha em três turnos para a produção de pneus.
O diretor afirmou que, quanto maior o tamanho da Dunlop mais competitiva a marca será no Brasil. “Acabamos de ampliar a fábrica, dobrando a capacidade, e estamos otimistas com o potencial do Brasil no segmento de caminhões para transporte de carga e de ônibus no transporte de pessoas.”
Alonso destacou, no entanto, que este não é o melhor momento para o mercado de pneus devido à competição dos chineses, que trazem ao Brasil produtos com preços inferiores aos custos que a empresa investe na produção local. “A importação não é uma decisão da indústria e sim do país em ser ou não um país industrial. E o Brasil precisa da agricultura, da transformação e do comércio forte.”

Em relação aos investimentos em pneus para veículos elétricos, o diretor comentou que a Dunlop já fornece esse produto em outros mercados. “No Brasil, precisamos entender qual será o tamanho do mercado de veículos elétricos, pois dependendo do projeto é mais vantagem fazer a importação deste pneu”, disse Alonso.
Entre tantas mudanças pelas quais passou o pneu, além do avanço da matéria-prima e da construção do pneu, Alex Rodrigues, gerente de processos da Dunlop Pneus, considera o design como a principal evolução para garantir que este produto seja mais eficiente a cada aplicação.
A jornalista viajou a convite da Dunlop
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