Plano prevê corte de 70% nas emissões dos transportes até 2050

Coalizão com mais de 50 entidades entrega ao governo proposta com 90 ações para descarbonizar o setor e atrair R$ 600 bilhões em investimentos verdes

Redação

A Coalizão para a Descarbonização dos Transportes, formada por mais de 50 associações, empresas e instituições acadêmicas, apresentou um plano ao governo federal com o objetivo de reduzir em até 70% as emissões setoriais de gases de efeito estufa até 2050. O projeto, que busca atrair mais de R$ 600 bilhões em investimentos verdes ao Brasil, foi formalmente entregue durante o evento “Brasil Rumo à COP30”, em Brasília, no último dia 12 de maio.

O plano, fruto de um convite do presidente da COP30, André Corrêa do Lago, visa subsidiar a elaboração do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, a ser discutido na COP30, em Belém. A Coalizão, que tem entre seus líderes a Motiva, o CEBDS e a CNT, apresenta 90 ações concretas, mensuráveis e integradas para consolidar o Brasil como líder em mobilidade sustentável.

O setor de transportes é responsável por 11% das emissões do país, o que equivale a 260 milhões de toneladas de CO₂. Sem ação, esse número pode alcançar 424 milhões de toneladas até 2050. As propostas da Coalizão buscam reduzir esse impacto para 137 milhões de toneladas, o que corresponderia ao plantio de 13,67 bilhões de árvores.

Iniciativas

Entre as principais iniciativas estão a eletrificação de frotas, o rebalanceamento da matriz logística para modais mais sustentáveis, e o aumento do uso de biocombustíveis. A eletrificação de 50% dos carros de passeio e 300 mil ônibus até 2050 pode evitar a emissão de 145 milhões de toneladas de CO₂. Já a transição para os modais ferroviário e hidroviário poderia reduzir 65 milhões de toneladas.

A ampliação do uso de biocombustíveis como etanol e diesel verde, bem como a expansão do uso de SAF no setor aéreo, também são estratégias centrais, com o objetivo de reduzir 45 milhões de toneladas de emissões até 2050.

O plano busca, ainda, promover a descarbonização da mobilidade urbana, com foco em soluções sustentáveis como o transporte coletivo e a micromobilidade. O investimento necessário para a implementação das ações é estimado em R$ 53 bilhões.

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