Leonardo Araújo, presidente da NTN Rolamentos do Brasil: “O objetivo é que a reposição represente 40% do nosso faturamento global até 2035”

O executivo contou para o videocast da Transporte Moderno sobre o crescimento da empresa no mercado de reposição e as estratégias para o segmento de pesados

Aline Feltrin

Transporte Moderno – A NTN é uma empresa de origem japonesa. Qual tem sido o foco da companhia atualmente no Brasil?

Leonardo Araújo – Apesar da origem japonesa, temos uma atuação global e um DNA fortemente ligado ao mercado OEM. Isso tem sido uma força para nosso crescimento também no mercado de reposição automotiva. Atuamos na linha leve e também temos presença importante junto às montadoras de caminhões, tanto japonesas quanto europeias.

Transporte Moderno – Como tem evoluído o negócio de reposição nos últimos anos?

Leonardo Araújo – Nos últimos cinco anos, temos crescido mais de dois dígitos ao ano nesse mercado. Triplicamos o negócio desde que passamos a dar mais foco à reposição, há cerca de 10 anos. Embora estejamos no Brasil há 25 anos, nossa origem era puramente OEM.

Transporte Moderno– E como vocês estão se aproximando mais do reparador?

Leonardo Araújo – Esse é um trabalho que intensificamos com uma comunicação voltada à linguagem do reparador. Atuamos com as marcas NTN e SNR, sendo esta de origem francesa. Temos uma equipe dedicada e estamos pela segunda vez na avenida principal da Automec, de portas abertas ao público da feira.

Transporte Moderno – Vocês exportam a partir do Brasil?

Leonardo Araújo – Sim. Temos clientes em toda a América Latina. Operamos com um centro de distribuição avançado no Panamá e, a partir da planta do Brasil, apoiamos países do sul da América do Sul. Também exportamos produtos específicos para outras unidades do grupo, pois há itens que só produzimos aqui.

Transporte Moderno – Como a NTN está se preparando para o aquecimento do mercado de pesados, mesmo em um cenário de juros altos?

Leonardo Araújo – O envelhecimento da frota aumenta a demanda por manutenção, o que favorece o aftermarket. Vamos replicar no Brasil a estratégia que já usamos na Europa, com foco em performance e não apenas em preço. Mostramos ao frotista o custo total da manutenção, a durabilidade e o valor agregado dos nossos produtos.

Transporte Moderno – Vocês vão investir também na informação ao cliente?

Leonardo Araújo – Com certeza. Mostrar a qualidade e performance é fundamental. É um processo educativo, especialmente para o pequeno frotista e autônomo. É uma jornada longa, mas necessária, para mudar a visão de preço por valor.

Transporte Moderno – A questão da peça genuína também é uma bandeira do setor. Como a NTN trata esse tema?

Leonardo Araújo – Comunicamos fortemente que o que fornecemos às montadoras é o mesmo que entregamos ao mercado de reposição. Temos orgulho de sermos fornecedores de equipamento original, o que legitima nossa atuação e nos diferencia

Transporte Moderno – O desenvolvimento de peças para montadoras já considera a reposição desde o início?

Leonardo Araújo – Sim, sem dúvida. Nosso CEO global colocou o aftermarket no topo da estratégia do grupo. Hoje, 17% do faturamento global da NTN vem da reposição. Até 2035, queremos chegar a 40%. Isso inclui todos os segmentos automotivos.

Transporte Moderno – E qual a meta para caminhões e ônibus nesse crescimento?

Leonardo Araújo – Esse dado ainda está sendo construído internamente, mas a ideia é que o segmento de pesados tenha participação significativa nessa expansão do aftermarket dentro do grupo.

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