A indústria de pneumáticos apresentou aumento de 15,6% nas vendas de pneus de carga em março, com 586.219 unidades, ante os 507.262 produtos comercializados em fevereiro deste ano. Esse crescimento foi estimulado pelo mercado de reposição, que absorveu 433.217 pneus, 24,3% a mais que no mês anterior, enquanto as vendas para as montadoras reduziram 3,6%, com 153.002 unidades. Comparado com os 600.184 pneus vendidos em março de 2024 a queda foi de 2,3%, segundo a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip).
No acumulado de janeiro a março deste ano, as vendas de pneus de carga atingiram 1,56 milhão de unidades, queda de 5,3% em relação ao mesmo período de 2024, quando totalizou 1,65 milhão de unidades. O maior volume comercializado foi para o mercado de reposição, com 1,11 milhão de unidades, mas foi 7,1% inferior ao 1,2 milhão de pneus vendidos no primeiro trimestre de 2024. Para as montadoras as fabricantes venderam 444.192 pneus, 0,2% menos que nos três primeiros meses do ano passando, que foi de 445.296 unidades.
Comerciais leves
No segmento de veículos comerciais leves as empresas venderam 720.241 pneus em março de 2025, aumento de 2,0% em relação aos 705.801 produtos comercializados em fevereiro deste ano. O aumento foi sustentado pelo mercado de reposição, que comprou 356.755 unidades, 4,6% superior aos 341.087 pneus vendidos em fevereiro deste ano. Para as montadoras foram 363.486 unidades, queda de 0,3% em relação ao mês anterior, quando absorveu 364.714 produtos.
A Anip informa que os números de março de 2024 de vendas de pneus para veículos comerciais leves não foram divulgados pelas empresas. Por isso, não foram apresentados os resultados acumulados de janeiro a março de 2025.
Incluindo todos os segmentos que são abastecidos pela indústria nacional (automóveis, veículos comerciais leves, carga e motos) as vendas totais de pneus registraram aumento de 3,4% em março, com 4,12 milhões de unidades, ante os 3,9 milhões de pneus vendidos em fevereiro deste ano.
A Anip destaca que o resultado positivo em março foi decorrente do crescimento de 15,6% nas vendas de pneus de carga e de 3,7% para pneus de moto, enquanto as vendas de pneus para veículos de passeio se mantiveram estáveis, com leve alta de 0,6%.
No acumulado de janeiro a março deste ano, as vendas totais de pneus recuaram 3,1%, totalizando 11,72 milhões de unidades, ante os 12,09 milhões de pneus vendidos no primeiro trimestre do ano passado, com forte queda em todos os segmentos monitorados: as vendas de pneus para veículos de passeio apresentaram queda acumulada de 8,5%, de carga redução de 5,3%, enquanto as comercializações de pneus de moto encolheram 7,8%.
Para o mercado de reposição foram vendidos 8,46 milhões de pneus de janeiro a março deste ano, 9,2% abaixo dos 9,31 milhões de pneus comercializados em igual período de 2024. As montadoras compraram 3,26 milhões de pneus, 17,4% a mais que no primeiro trimestre de 2024, quando atingiu 2,78 milhões de unidades.
Balança comercial
De janeiro a março de 2025, a balança comercial do setor de pneumático apresentou déficit de US$ 113,54 milhões – com importação de US$ 303,71 milhões e exportação de US$ 190, 16 milhões –, abaixo do saldo negativo de US$ 234,21 milhões registrado em 2024.
Em unidades, o déficit do setor no primeiro trimestre deste ano é de 6,4 milhões de unidades – com importação de 8,67 milhões de pneus e exportação de 2,27 milhões de unidades – abaixo do saldo negativo de 10,4 milhões pneus de janeiro a março de 2024.
Guerra de tarifas
A Anip destaca que vê com muita preocupação os movimentos tarifários que estão sendo realizados pelo governo americano. “Com o aumento das tarifas, os países asiáticos, que estão sendo fortemente penalizados, devem intensificar suas exportações para outros mercados. O Brasil poderá ser um dos seus alvos preferidos, o que tende a intensificar ainda mais a entrada de produtos importados no país, colocando em risco a competitividade da indústria nacional e ameaçando a manutenção de empregos e investimentos no setor”, alerta.
A entidade ressalta que, sem uma defesa comercial agressiva, o país poderá se tornar o principal destino dessas exportações, correndo riscos de aumentar sua desindustrialização. “Há cerca de quatro anos estamos enfrentando a invasão de pneus importados da Ásia que muitas vezes entram no país a preços abaixo do custo de produção do pneu nacional.”
Segundo a Anip, mesmo que o governo federal mantenha ativos todos os mecanismos de defesa comercial atuais, o setor entende que são necessárias medidas rigorosas de proteção e controle que limite eventuais acréscimos das importações e de proteção da indústria local.
A associação acredita que o governo brasileiro esteja negociando mitigar esses riscos em defesa da produção local. Atualmente, a indústria de pneus possui 21 fábricas, de 11 fabricantes, localizadas em sete estados do país, com capacidade produtiva para atender o mercado nacional.
O setor gera 32 mil empregos diretos e mais de 500 mil indiretos e toda essa cadeia produtiva está em risco. Além disso, o setor tem forte atuação ambiental na logística reversa de pneus inservíveis por meio da Reciclanip.
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