A Eaton mantém firme as estratégias para ampliar suas exportações para o mercado de reposição na América do Sul, em países como a Bolívia, Equador, Peru, Colômbia, Venezuela e Argentina. Depois de um forte crescimento nos últimos dois anos, as exportações para a reposição na região aumentaram 20% em 2024, sendo um dos melhores resultados para a companhia.
“A meta da empresa é que as vendas para a reposição na região tenham 22% de representatividade nos resultados neste ano, chegando a 26% até 2030”, afirma Victor Bonami, gerente de exportação do aftermarket da América do Sul do Grupo Mobility da Eaton, em entrevista exclusiva para a Transporte Moderno.
O gerente revela que, por conta da diversidade de frota que há fora do Brasil, a Eaton teve que se desdobrar para intensificar o desenvolvimento de novos produtos e atender às necessidades desses mercados.
No Brasil, a Eaton tem 68 anos de atividades, possui quatro fábricas – em Valinhos, Mogi Mirim e São José dos Campos, no interior de São Paulo, e em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul –, e exporta todo o seu portfólio de produtos fabricados no Brasil para os países da América do Sul e o principal mercado é a Colômbia, seguido da Argentina. Os componentes seguem diretamente para os distribuidores que abastecem o segmento de reposição de ônibus e caminhões.
Para enfrentar a forte concorrência nestes mercados, principalmente dos fabricantes chineses, a Eaton mantém uma área de inteligência que avalia o comportamento do setor de reposição. “Os profissionais acompanham diariamente a demanda destes países, coletam as informações, observam a movimentação dos concorrentes e buscam alternativas para manter a competitividade dos nossos produtos”, conta Bonami.
Além de intensificar a presença nestes países, estreitar parcerias com os fornecedores e estar próxima dos distribuidores para entender as suas necessidades e atender de forma rápida, a Eaton busca melhorar os processos internos de fabricação dos seus produtos para combater os competidores e avançar as exportações.
“É necessária uma combinação de ações planejadas”, afirma o gerente. “Expandir o portfólio e seguir investindo em tecnologias e inovação para suprir esses mercados porque ocorreram muitas mudanças e as frotas são diferentes, além de se antecipar às necessidades futuras. Também é preciso olhar para dentro de casa e ver quais investimentos são necessários para ter produtos que atendam as necessidades”, diz Bonami. O gerente destaca também a importância do treinamento e capacitação dos clientes para compreender a diferenciação dos seus produtos em relação à tecnologia e qualidade.
Ganho de produtividade e expansão dos portfólios
Bonami ressalta que a Eaton continua investindo no ganho de produtividade, nas linhas atuais de produtos, em novos portfólios e inovando para os produtos estarem à pronta entrega aos clientes e suprir as demandas dos mercados. Mas a empresa também está atenta ao futuro e olhando para a eletrificação da mobilidade, por saber que esses mercados também vão mudar.
O gerente comenta que, em outros países da América do Sul, o processo de transição para a eletrificação está mais lento do que no Brasil por questões de legislação e por não haver alternativa de combustível mais barato como o álcool. Mas devem buscar alternativas para a descarbonização. “Hoje os passos são devagar, mas será um grande tema em pauta nos próximos anos e precisamos nos preparar e se antecipar para este cenário”, afirma Bonami.
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