Com tecnologia que muda rota de avião em voo, Azul prevê economia de R$ 29 milhões por ano

A companhia adotou sistema que utiliza dados históricos de outras aeronaves que passaram por rotas semelhantes para recomendar, em tempo real, mudanças no percurso que possam encurtar o voo ou evitar regiões com maior incidência de turbulência

Aline Feltrin

A Azul Linhas Aéreas iniciou o uso de uma tecnologia inédita no Brasil que permite o redirecionamento de rotas de voo em tempo real, com o avião já em deslocamento. A inovação tem potencial para transformar a maneira como os trajetos aéreos são definidos e promete ganhos operacionais significativos, tanto em economia de combustível quanto em conforto para os passageiros.

Inspirado em aplicativos de navegação por trânsito, o sistema utiliza dados históricos de outras aeronaves que passaram por rotas semelhantes para recomendar, em tempo real, mudanças no percurso que possam encurtar o voo ou evitar regiões com maior incidência de turbulência. A solução, desenvolvida por um parceiro especializado e homologada com o aval do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), já está sendo aplicada nas operações da Azul.

Segundo Daniel Tkacz, vice-presidente operacional da companhia, a expectativa é que a tecnologia gere uma economia de aproximadamente R$ 29 milhões neste ano. “Essa ferramenta nos dá uma capacidade inédita de ajustar o planejamento de voo mesmo com a aeronave no ar, o que representa um ganho operacional significativo e, claro, um alívio nos custos com combustível”, afirma.

Redução de turbulências

Atualmente, a Azul realiza cerca de 900 voos por dia, partindo de diversas regiões do Brasil e do exterior. A nova tecnologia integra os sistemas já utilizados pelas equipes da Malha Aérea e do Centro de Controle de Operações (CCO), que vêm atuando para otimizar os trajetos de subida e descida, reduzindo o tempo total das viagens e o consumo de combustível. Em 2024, a empresa conseguiu economizar 15,6 milhões de litros de combustível — volume equivalente ao consumo da ponte aérea Rio-São Paulo durante dois anos.

Além do sistema já em operação, a companhia estuda uma segunda ferramenta com funcionamento similar, mas voltada especificamente ao desvio de turbulências. Essa nova solução permitiria, por meio da análise de dados de aeronaves que já sobrevoaram determinada região, prever as condições atmosféricas e ajustar o trajeto ainda em solo.

“Essa novidade vai permitir que o voo seguinte consiga identificar, antes mesmo de decolar, o melhor caminho para evitar correntes de ar mais intensas. Isso significa mais segurança operacional e, principalmente, mais conforto para os nossos clientes”, afirma Tkacz.

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