A implementação de motores Euro 5 no Brasil fez a produção de caminhões despencar no início de 2012

O grande impasse girava em torno dos preços mais elevados dos caminhões Euro 5, que prometiam redução na emissão de poluentes, mas exigiam investimentos adicionais, como o uso do aditivo Arla 32

Aline Feltrin

Nos primeiros meses de 2012, o setor de caminhões no Brasil viveu um momento de incerteza e transição, marcado pela introdução da tecnologia Euro 5 nos motores a diesel. O mercado esperava um período turbulento, e foi exatamente o que aconteceu. Enquanto as vendas tiveram um crescimento modesto em janeiro daquele ano, a produção despencou drasticamente, evidenciando a tensão entre montadoras e transportadoras. Essas informações podem ser conferidas na reportagem de capa “Mercado de caminhões em compasso de espera”, publicada na edição nº 451 da Transporte Moderno.

O grande impasse girava em torno dos preços mais elevados dos caminhões Euro 5, que prometiam redução na emissão de poluentes, mas exigiam investimentos adicionais, como o uso do aditivo Arla 32. Diante disso, as grandes transportadoras optaram por segurar suas compras, esperando que a indústria acumulasse estoques e fosse obrigada a negociar valores mais atrativos. Em resposta, as montadoras reduziram a produção, o que resultou em uma queda de 75,8% na fabricação de caminhões em janeiro de 2012 em relação ao mesmo período do ano anterior.

A expectativa era que a normalização ocorresse apenas após o Carnaval, quando os estoques de caminhões Euro 3 se esgotariam. O presidente da Anfavea na época, Cledorvino Belini, apontava que a retomada dependeria também das condições de crédito, fundamentais para o financiamento do setor. Empresários como Urubatan Helou, da Braspress, preferiram adiar a renovação da frota até compreenderem melhor os impactos da nova tecnologia.

Apesar da transição complicada, o mercado de caminhões vinha de um ano positivo. Em 2011, as vendas cresceram 9,6%, atingindo 172.902 unidades. A MAN-Volkswagen liderou com um aumento de 12,2% nas vendas, seguida pela Mercedes-Benz e Volvo, que também registraram bons resultados. No entanto, algumas montadoras, como a Scania, sentiram o impacto, com queda de 11,8% nas vendas.

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