Publicada em maio de 2003, a edição nº 403 da revista Transporte Moderno destacou o lançamento do Mercedes-Benz Accelo que introduziu um novo conceito de Veículo Urbano de Carga (VUC). O caminhão foi desenvolvido para proporcionar maior manobrabilidade e eficiência para a distribuição nas cidades. O modelo Accelo 715C, por exemplo, se destacou pelo design compacto e por tecnologias avançadas, como cabine ergonômica e motor eletrônico dentro dos padrões Euro III.
O mercado de caminhões refletia as mudanças nas cidades, que se tornaram polos de grandes concentrações de pessoas e negócios. Essa transformação era visível no perfil de produção e vendas das montadoras brasileiras. Nos anos de 2001 e 2002, respectivamente, 44,5% e 40% dos caminhões vendidos pertenciam às categorias semileves e leves, voltadas para operações urbanas. Nos primeiros quadrimestres de 2002 e 2003, essa participação se manteve expressiva, com 41,8% e 41,4% das vendas.
Nesse contexto, os caminhões leves consolidaram sua liderança como os mais produzidos e comercializados no Brasil. De cada 10 unidades vendidas, três pertenciam a essa categoria, que compreende veículos de 6 a 10 toneladas de peso bruto total. Além de ser o segmento mais concorrido, é também o de menor preço, exigindo soluções competitivas das montadoras.
A Mercedes-Benz acompanhou essa tendência e iniciou uma importante reformulação em seu portfólio de veículos comerciais. Essa estratégia se materializou com o lançamento da linha Accelo, composta pelos modelos 715C e 915C, com peso bruto total de 7 e 9 toneladas, respectivamente. O Accelo 915C já estava disponível no mercado por R$ 73 mil, enquanto o 715C chegaria no segundo semestre.
A DaimlerChrysler do Brasil, responsável pela marca Mercedes-Benz, destacou as inovações do Accelo, que recebeu mudanças significativas. A cabine, de dimensões compactas, priorizou ergonomia e conforto, acomodando três ocupantes—motorista e dois ajudantes. Fabricada em aço com chapas zincadas em dupla camada, a cabine vinha em opções de cores branca, azul, amarela, vermelha e verde, com a cor prata disponível sob encomenda. Os para-lamas em material plástico leve garantiam maior resistência e menor necessidade de substituição em caso de pequenas colisões.
O interior também trouxe diferenciais, como bancos com encostos individuais e apoios de cabeça reguláveis para todos os ocupantes. O assento central, rebatível, permitia a criação de um espaço funcional para acomodar pranchetas, laptops e teclados de emissão de dados, transformando a cabine em um verdadeiro escritório sobre rodas. Além disso, um porta-objetos com tomada de 12V foi posicionado entre os bancos, oferecendo espaço para armazenar celulares, carteiras e pequenos itens.
O Accelo ainda trouxe atributos de conforto típicos de um automóvel, incluindo coluna de direção regulável, vidros elétricos e ar-condicionado como itens de série. O para-brisa colado foi projetado para reduzir ruídos, vibrações e infiltrações, elevando o padrão de qualidade da cabine.
Outro destaque da edição foi o Mercedes-Benz 1728, um semipesado versátil que ampliou as possibilidades de aplicação no transporte rodoviário. Equipado com motor eletrônico e configuração flexível para implementação de terceiro eixo ou utilização como cavalo-mecânico, o modelo entregava maior potência e eficiência nas operações.
Ford Cargo e Iveco EuroTector
A edição também abordou o lançamento Ford Cargo Maxton 4331, um cavalo mecânico projetado para otimizar o custo-benefício no transporte de média distância. Essa movimentação representou um novo capítulo na concorrência entre montadoras no Brasil.
A Iveco também marcou presença com os lançamentos do EuroTector 170 e do EuroTech 740. O primeiro, um semipesado com motor eletrônico, já atendia às normas ambientais Euro III, garantindo mais eficiência ao segmento. O segundo, um pesado 6×4, foi projetado para aplicações em bitrens, setor que ganhava força na época.
Liderança da Volkswagen
Outro ponto relevante da edição foi o crescimento da Volkswagen no mercado de caminhões, ultrapassando a Mercedes-Benz em vendas no primeiro quadrimestre de 2003. A marca alemã se destacou especialmente no segmento de semipesados e pesados, ampliando sua participação e desafiando a liderança histórica da Mercedes.
Esses e outros temas podem ser revisitados na edição de abril de 2005 da Transporte Moderno. Para ler as reportagens, basta acessar o acervo da OTM Editora (clique aqui).
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