Paraná inicia testes com pedágio automático free flow

O Rio Grande do Sul lidera a implementação do sistema, com seis pórticos em funcionamento. São Paulo e Rio de Janeiro possuem três cada

A Comissão de Viação e Transportes (CVT) da Câmara dos Deputados realizou nesta terça-feira (9) uma audiência pública para discutir a implantação do sistema de pedágio automátoco, também conhecido como free flow, nas rodovias brasileiras. O debate foi realizado a pedido do deputado Hugo Leal (PSD-RJ) e contou com a participação de representantes dos setores público e privado.

Redação

O estado do Paraná deu início à fase de testes do sistema free flow, um modelo de pedágio que permite a cobrança automática sem a necessidade de paradas. A tecnologia, que já opera em cinco estados brasileiros, pode ter sua presença ampliada no Paraná nos próximos anos.

Atualmente, o Rio Grande do Sul lidera a implementação do sistema, com seis pórticos em funcionamento. São Paulo e Rio de Janeiro possuem três cada, mas o estado paulista planeja a instalação de 58 pórticos até 2030. Minas Gerais conta com apenas um. No Paraná, os testes ocorrem no quilômetro 138 da BR-277, em São Luiz do Purunã.

Benefícios do free flow

Para o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná (SETCEPAR), Silvio Kasnodzei, o novo modelo de pedágio trará vantagens significativas aos motoristas. “Ao permitir que os condutores viagem sem paradas, evitamos congestionamentos, reduzimos o consumo de combustível e minimizamos a emissão de gases poluentes. Além disso, as concessões preveem a manutenção contínua das vias e a ampliação dos serviços de apoio”, afirma.

A localização dos pórticos de pedágio também é um fator essencial para garantir a eficácia do sistema. Amadeu Clóvis Greca, membro suplente do Conselho Fiscal do SETCEPAR, explica que a escolha dos pontos de instalação deve levar em conta estudos estratégicos de tráfego. “A zona urbana contínua, por exemplo, deve ser evitada para que a tarifa não penalize veículos em trânsito local. O modelo precisa garantir justiça tarifária, diferenciando os valores conforme a extensão percorrida na rodovia”, ressalta.

Greca também destaca que as novas concessões devem incluir melhorias na infraestrutura e ampliação da capacidade das rodovias onde os pórticos serão instalados. Os contratos de concessão contemplam o Programa de Exploração Rodoviária (PER), documento que detalha todas as obras previstas, com prazos definidos para execução.

“Além das melhorias estruturais, os contratos também estabelecem dispositivos operacionais que tornam a rodovia mais segura e interativa, como serviços de ambulância, guinchos, monitoramento por câmeras e viaturas de inspeção, caixas de escape em trechos de serra, painéis de mensagens variáveis, radares, redutores de velocidade e bases de atendimento aos usuários”, explica Greca.

Perspectivas e desafios

Embora o sistema ainda esteja em fase experimental, novos estudos serão necessários antes de sua ampliação definitiva. Após a definição dos pontos estratégicos para instalação dos pórticos, o governo estadual realizará audiências públicas para garantir a participação da população no processo.

Para Kasnodzei, o setor de Transporte Rodoviário de Cargas (TRC) será um dos mais beneficiados pela adoção do Free Flow. “A fluidez no trânsito resulta em entregas mais ágeis, menor desgaste de freios e pneus e, consequentemente, redução de custos operacionais”, destaca.

“Teremos ganhos em vários aspectos: o fim das filas nas praças de pedágio, menor impacto ambiental nos locais de instalação, mais segurança para os motoristas e redução no número de acidentes causados pelas paradas obrigatórias”, conclui o presidente do SETCEPAR.

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