Volvo se prepara para ampliar as exportações de caminhões

A grande aposta da montadora é o mercado mexicano, para onde começará a enviar neste ano os caminhões FH e VM de cabine avançada em diversas configurações

Sonia Moraes

A Volvo começa a preparar a fábrica de Curitiba para ampliar as exportações e a grande aposta da montadora é o mercado mexicano para onde começará a enviar neste ano os caminhões FH e VM de cabine avançada em diversas configurações. Hoje a fábrica de Curitiba exporta 14% da produção de caminhões.

“Ainda é o primeiro ano, estamos estabelecendo uma organização naquele país, ampliando a nossa equipe, trabalhando com os concessionários da região para ampliar os investimentos”, disse Wilson Lirmann, presidente da Volvo na América Latina.

Segundo Lirmann, o México só recebia caminhões convencionais dos Estados Unidos, mas, com o acordo automotivo fechado com o Brasil, os caminhões com cabine avançada passaram a ter vantagens naquele país. “O México vai continuar com a frota de caminhões convencionais porque tem acordo comercial com os Estados Unidos, mas já vemos crescimento do mercado de caminhões com cabine avançada naquele país e a tendência é que esse mercado cresça ainda mais.”

As primeiras vendas dos caminhões foram concluídas no início deste ano e os primeiros embarques começam em abril. “A nossa visão de longo prazo é de alcançar a liderança também no mercado mexicano, a segunda maior economia da América Latina, e tem um potencial enorme, que varia de 20 mil a 40 mil veículos por ano”, disse o presidente da Volvo.

Lirmann destacou que a Volvo tem sistema industrial integrado e as fábricas estão preparadas para oferecer produtos para todas as regiões. “Temos plataformas comuns, principalmente da linha F, e podemos fornecer a partir do Brasil para outros mercados fora da América Latina.”

Produção de caminhões convencionais

No México, o Grupo Volvo está construindo uma fábrica para produzir caminhões convencionais para atender o mercado americano e o Canadá, além de complementar a capacidade da fábrica dos Estados Unidos. “Não temos planos de vender caminhões convencionais no México, queremos explorar o mercado de caminhões com cabine avançada naquele país”, destacou Lirmann.

A fábrica de Curitiba é responsável pelo fornecimento de caminhões para os países da América Latina, com quase 100% das entregas feitas a partir do Brasil. “Em alguns momentos, quando não há capacidade de produção disponível e é necessário acelerar as entregas para alguns mercados, importamos os veículos da Europa”, disse Lirmann.

Além de iniciar as exportações para o México, a Volvo vê oportunidades de avançar em outros mercados da América Latina. Em 2024, a empresa celebrou as conquistas nestes países da região. No Peru, onde há anos mantém liderança absoluta, entregou 2.064 caminhões e obteve 24% de market share. Para o Chile, enviou 1.260 veículos e conseguiu 17% de participação. Para a Argentina, enviou 406 veículos e ficou com 4% do mercado. Somando as entregas do Brasil (maior mercado da região) e dos demais países do continente, ao todo a Volvo entregou 27.111 caminhões na América Latina, um crescimento de 15%.

Investimentos

Em 2025, a Volvo encerra um ciclo de investimento de R$ 1,5 bilhão, que começou a ser aplicado em 2023. “Estamos aplicando esses investimentos em tecnologia de descarbonização, biodiesel, elétricos, motores a combustão de alta eficiência, em segurança veicular, novos serviços conectados e na expansão da rede de concessionária”, disse Lirmann.

“A nova jornada de investimentos para 2026 já está em discussão, temos que fechar os números e confirmar as expectativas, mas a nossa visão para o Brasil é de longo prazo e o país é o segundo maior mercado de caminhões para a Volvo no mundo.”

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