VLI se prepara para a supersafra de grãos com melhorias estratégicas no Corredor Norte

Nos últimos anos, a operadora logística tem direcionado investimentos significativos para o Corredor Norte, como a inauguração do Centro de Controle Operacional no Terminal Portuário de São Luís (TPSL)

Aline Feltrin

De São Luís (MA)*

A VLI, uma das maiores operadoras logísticas do Brasil, está se preparando para um aumento significativo na demanda de escoamento da supersafra de grãos de 2025 que deve ultrapassar os 322,3 milhões de toneladas, representando um crescimento de 8,2% em relação aos 298 milhões de toneladas da safra anterior, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com o aumento projetado na produção agrícola, a VLI aposta na continuidade e expansão das iniciativas já implementadas em suas operações logísticas, garantindo mais eficiência, agilidade e competitividade na exportação dos grãos brasileiros, segundo a companhia. Para isso, a empresa foca no fortalecimento de suas operações no Corredor Norte, que abrange a região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e outros estados como Mato Grosso, Goiás e Pará.

Ederson Almeida, diretor de operações do Corredor Norte da VLI, destaca que a infraestrutura da companhia está suficientemente robusta para atender à demanda da safra de 2025. Ele ressalta a importância estratégica do Porto do Itaqui, em São Luís (MA), como um dos principais pontos de exportação da produção agrícola nacional. “Estamos prontos para garantir que os grãos cheguem aos mercados internacionais com mais competitividade e segurança”, afirma Almeida.

A logística da VLI começa no interior das regiões produtoras e segue por via ferroviária até o Porto do Itaqui, onde ocorre o armazenamento e transbordo dos grãos. O terminal portuário conta com instalações modernas e equipamentos especializados para movimentação de grãos e outras commodities, além de sistemas de monitoramento e rastreabilidade que garantem, conforme a VLI, maior segurança e eficiência no transporte.

Nos últimos anos, a VLI tem direcionado investimentos significativos para o Corredor Norte. Um exemplo recente foi a inauguração do Centro de Controle Operacional no Terminal Portuário de São Luís (TPSL), um passo importante para a modernização e automação das operações portuárias. A estrutura (foto abaixo) conta com câmeras de monitoramento, supervisão de todas as operações, incluindo a movimentação de pessoas e máquinas, e coordenação das frentes de operações e manutenção.

CCO da VLI – Foto: Nestor Bezerra| Divulgação

Eficiência operacional

A VLI também tem investido em tecnologias inovadoras para otimizar suas operações logísticas. Uma das principais ferramentas desenvolvidas pela companhia é o sistema Speed, que melhora a eficiência operacional no embarque e desembarque de navios. Criado por meio de jornadas internas de intraempreendedorismo, o sistema Speed tem trazido resultados expressivos, com redução de 50 horas no tempo de operação mensal e aumento da capacidade de movimentação de carga nos portos.

Outro avanço significativo foi a implementação do sistema Air Draft, que otimiza o processo de deslastro e acelera o carregamento dos navios. Conforme a VLI, a iniciativa contribuiu para o recorde de movimentação de grãos no Porto do Itaqui, que alcançou 718 mil toneladas em julho de 2024. Além disso, permitiu reduzir o tempo de embarque, gerando custos mais baixos para os produtores e aumentando a competitividade dos grãos brasileiros no mercado internacional.

A VLI também ampliou sua frota ferroviária nos últimos anos, com a aquisição de 168 vagões e três locomotivas para a Ferrovia Norte-Sul, em um investimento de cerca de R$ 200 milhões. Esses novos equipamentos já estão em operação, contribuindo para o escoamento da atual safra de grãos.

Ampliação do Porto do Itaqui

O Porto do Itaqui, um dos mais estratégicos do Brasil, movimenta atualmente cerca de 3,1 milhões de toneladas de carga por mês, com 72% desse volume correspondendo a grãos e cargas agroindustriais. Além disso, o porto desempenha um papel crucial na logística de combustíveis, com cerca de 26% a 27% das importações de petróleo do Brasil entrando pelo terminal. Os grãos exportados pelo Porto do Itaqui seguem para diversos destinos, como o Golfo do México, Holanda, Estados Unidos, Emirados Árabes Índia e China.

Com o objetivo de ampliar mais sua capacidade, o Porto do Itaqui passará por uma ampliação em sua estrutura até 2026, com a extensão da faixa de cais de 220 metros para 300 metros, aumentando a eficiência e a capacidade do terminal para atender à crescente demanda de escoamento da produção agrícola. Segundo informações do Porto do Itaqui, no momento o complexo já utiliza 95% da sua capacidade.

*A jornalista viajou a convite da VLI

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