A companhia aérea Azul deu mais um passo em sua estratégia de consolidar sua posição no segmento de carga. A empresa investiu em duas novas aeronaves Airbus A321 P2F. Os cargueiros passam a fazer parte da frota composta por dois Embraer Classe F, cinco ATR – QC e um Caravan, ampliando a capacidade das suas operações.
Os cargueiros Airbus A321 P2F têm capacidade de carga de até 28 toneladas, capacidade volumétrica de 212 m³, 14 posições para pallets e conta com porta de carga hidráulica. Com 44,51 metros de comprimento, 34,44 metros de comprimento da cabine e envergadura geométrica de 35,8 metros, as aeronaves entram em operação a partir de 15 de fevereiro e estarão dedicadas, inicialmente, às operações domésticas de carga. No entanto, há planos para que cruzem as fronteiras e passem a operar também, a partir do segundo semestre, para a América Latina, América Central e Estados Unidos.
O CEO da Azul, John Rodgerson, avalia este momento como uma virada para a companhia no que se refere à sua atuação. “Nossos outros cargueiros têm uma idade média de quase 35 anos, então essas novas aeronaves vão dar mais capacidade e eficiência para nós e conectarão todo o Brasil. A Azul é a única companhia aérea que conecta o país de fato. Sempre digo que quem mora no Sudeste certamente é mimado, porque está em uma região onde se encontra tudo a todo momento. Mas, no caso das regiões Norte e Centro-Oeste, por exemplo, a situação é diferente. Por isso, esses novos aviões são tão estratégicos, porque, de fato, vamos conectar o Brasil”, disse.
Rodgerson esclarece que as novas aeronaves poderão ser integradas à malha aérea da Azul, ganhando ainda mais capilaridade. A empresa atende 150 cidades no país e conecta mais de 2.000 municípios com suas operações de carga.
Além disso, como a companhia já tem modelos Airbus na frota, a sinergia pode ser ampliada para os pilotos. “Antes, éramos obrigados a ter pilotos dedicados exclusivamente à operação com carga, mas, agora, qualquer piloto nosso pode voar essas aeronaves”. O executivo esclarece que os aviões já estão configurados para voar com SAF, sigla para Combustível Sustentável de Aviação, um combustível alternativo ao querosene fóssil.
“Só não voam porque não há disponibilidade de SAF no país. Ninguém está produzindo no Brasil, mas, quando isso acontecer, estaremos prontos”, afirmou. Rodgerson acrescentou: “Nosso próximo passo é consolidar essa nova realidade para a Azul Cargo. Já estamos falando com parceiros importantes que podem associar suas marcas às nossas aeronaves. Agora que temos essa nova capacidade, poderemos evoluir rapidamente”.
Equilíbrio entre frete aéreo e receita
Questionado sobre como está o equilíbrio entre frete aéreo e receita, o CEO lembrou que as operações de carga “salvaram a companhia na pandemia” e que sua relevância estratégica aumentou desde então. “Hoje, as operações com carga representam 10% da receita total da companhia, tanto no mercado doméstico quanto no internacional. É muito importante.”
Segundo o CEO da Azul, o mercado é concorrido, mas existe espaço e demanda para todos. “A diferença é que ninguém tem a malha aérea da Azul. Muita gente olha para o Brasil e acredita que o país só tem 40 cidades, mas há uma infinidade de localidades que podem ser atendidas por essas novas aeronaves e por toda a nossa frota”.
Viracopos, Guarulhos e expansão internacional
A expansão doméstica e internacional da Azul Cargo demandará a ampliação da presença da companhia em outros complexos aeroportuários no país, como o GRU Airport, em Guarulhos (SP).
“Já temos posições em Guarulhos”, afirma a diretora da Azul Cargo, Izabel Reis. A consistente presença de agentes de cargas e a perspectiva de operar internacionalmente fazem do aeroporto localizado em Guarulhos um ponto estratégico para atender à demanda. “Vamos acompanhar o comportamento das demandas, mas já temos solicitações para trazer carga da América Central e de Miami para o Brasil, e com essa nova aeronave poderemos diversificar o escopo de operações.”
A executiva comenta que as duas aeronaves são estratégicas para aumentar a capilaridade das operações da Azul Cargo. “Ainda é cedo para falar de perspectivas, pois os primeiros três meses do ano, historicamente, são mais tímidos para o setor de carga, devido à movimentação intensa típica do final do ano. Mas estamos otimistas. Hoje, a Azul Cargo atende quase 1.000 municípios, continuamos trabalhando para a redução dos prazos de entrega e fazemos logística – temos 350 franqueados dedicados ao middle mile e ao last mile. No ano passado, inauguramos 80 lojas, e este ano nosso projeto prevê mais 60 lojas, com um estudo de viabilidade bastante positivo.“
A executiva avalia que essas novas aeronaves mudam o patamar da Azul, porque trazem maior capilaridade no Brasil e mais capacidade, além de terem total similaridade com a frota, do ponto de vista operacional e de manutenção.
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