A Scania mantém boas perspectivas para os seus negócios no segmento de gás. Em 2024, a empresa vendeu 500 caminhões movidos a gás natural e para este ano a expectativa é de chegar a 1.000 unidades comercializadas no Brasil, meta que era projetada para 2023. Desde 2019, quando passou a oferecer o modelo, vendeu 1.500 unidades no país.
“A ampliação dos corredores azuis para o abastecimento de gás no interior de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso abre oportunidade para a Scania oferecer o caminhão a gás ao agronegócio, que era o grande desafio”, afirmou Alex Nucci, diretor de vendas de soluções da Scania operações comerciais Brasil, em entrevista à Transporte Moderno.
Segundo o diretor da Scania, o gás avança a passos largos porque ficou claro ao mercado brasileiro que é o combustível de transição para um futuro, que pode ser composto de veículo elétrico, hidrogênio e gás natural ou biometano. “Os veículos têm custo muito próximo ou até menor do que o diesel, fazendo com que o gás se torne o combustível para o transporte, além de reduzir a emissão de material particulado.”
Além da parceria com as empresas que estão criando corredores azuis em várias localidades do país, a Scania tem constatado cada vez mais que as iniciativas começam a se encaixar. “Mais embarcadores estão olhando o gás como solução, e os transportadores percebem que essa alternativa irá trazer um custo de operação menor do que o diesel”, disse Nucci.
Primeiro caminhão a gás
A Scania lançou a sua linha de caminhões movidos a gás natural – comprimido, liquefeito (GNL) e biometano – em 2018 e iniciou as vendas em 2019, anunciando a primeira negociação durante a Fenatran, maior feira de transporte de carga e logística da América Latina. O modelo R de 410 cavalos foi adquirido pela RN Logística, de São Paulo, para o transporte de produtos da francesa L’oreal na rota São Paulo-Rio de Janeiro. Com este veículo, a redução de emissões de CO2 pode chegar a até 15% em comparação a similares a diesel, se abastecido com GNV, e até 90%, se o combustível for o biometano.
Os caminhões nas configurações de tração 6×2 são ideais para o transporte de cargas em operações de médias e longas distâncias, segundo a Scania. Equipados com motores Ciclo Otto (mesmo conceito utilizado nos automóveis), eles operam 100% a gás – seja natural ou liquefeito, que diferem apenas na forma: gasosa ou líquida – e são convertidos de diesel para gás. Esses veículos oferecem garantia de fábrica, tecnologia confiável, desempenho consistente e potência semelhante de modelos a diesel, além de serem 20% mais silenciosos, conforme informado pela fabricante.
O biometano é obtido de fonte de energia renovável e gerado a partir de vinhaça, palha e de resíduos do processamento da cana-de-açúcar. Esse combustível pode reduzir em até 90% as emissões de gases.
Mais autonomia para o modelo a gás
Em julho de 2023, a Scania ampliou a autonomia do seu caminhão a gás para 900 quilômetros, com o lançamento do modelo G 410 8×2, que passou a ser denominado de Scania X gás.

O motor de 410 cavalos de potência tem 2.000Nm de torque. A distância entre-eixos é de 6.950mm, o que permite acomodar nas laterais da longarina 16 cilindros de gás, oito de cada lado. São oito cilindros com capacidade de 118 litros e outros oito de 95 litros. O volume total suporta 406 metros cúbicos de gás. A composição poderá carregar até 30 pallets, com capacidade de até 56 toneladas – ou na configuração 8×2 com 29 toneladas de peso bruto total combinado (PBTC), segundo a fabricante.
Em abril de 2024, a Scania anunciou o caminhão a gás de 420 cavalos para substituir o modelo de 410 cv, e a versão G 460 6×2, que tem possibilidade de transferir cargas com capacidade para 30 pallets e levar carretas quatro eixos, com autonomia de até 650 quilômetros para atender todas as atividades da agricultura.
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