A Mondelēz Brasil, dona das marcas Bis, Oreo, Trident e Tang, se uniu à Aliança Navegação e Logística, empresa do grupo A.P. Moller-Maersk, para implementar a cabotagem em sua cadeia de transporte no Brasil. O objetivo é a expansão dos negócios e a melhoria na eficiência de sua logística.
O movimento reflete a estratégia de transição da Mondelēz de um modelo predominantemente rodoviário para um sistema intermodal, que combina o transporte marítimo com outros meios, como ferroviário e rodoviário.
Com o uso da cabotagem, que consiste no transporte marítimo entre portos nacionais, a empresa pretende reduzir os custos logísticos em até 20% nos próximos 12 meses. Além disso, a utilização deste modal mais sustentável contribui para a redução das emissões de dióxido de carbono equivalente (CO₂e) por tonelada-quilômetro, alinhando-se às políticas ambientais da Mondelēz Brasil.
Segundo a Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (ABAC), o transporte por cabotagem emite pelo menos quatro vezes menos CO₂e do que o rodoviário, oferecendo uma alternativa mais sustentável para o transporte de mercadorias no Brasil.
Em nota, Luiza Bublitz, presidente da Aliança Navegação e Logística, afirmou que com a cabotagem é possível transportar o equivalente a 3 mil caminhões com um único navio.
Abertura de novos mercados
A mudança já está em operação, com produtos como Club Social, Oreo, Trakinas e Chocolicia sendo transportados via cabotagem de Vitória de Santo Antão (PE) para Louveira (SP) e São José dos Pinhais (PR). Segundo informou a companhia que pertence à Maersk, a implementação do projeto também abre novos mercados, como a região Norte, que anteriormente enfrentava desafios logísticos devido à dependência do transporte rodoviário.
“Com a cabotagem, conseguimos alcançar mercados como o Norte do Brasil, onde a logística rodoviária não é suficiente para atender à demanda de nossos produtos”, afirma Camila Lechetta, Regional Strategic Sourcing da Mondelēz. Ela complementa: “Essa parceria é fundamental para nosso plano de dobrar o tamanho do nosso negócio até 2030.”
A parceria entre Mondelēz e Aliança também envolve um piloto no transporte de açúcar entre as usinas de Pitangueiras e Jaboticabal (SP), até a fábrica da Mondelēz em Vitória de Santo Antão (PE). A operação já inclui o transporte via ferrovia até o porto de Santos (SP) e cabotagem até o destino final, com volumes projetados entre 30 a 40 contêineres HC por mês quando o projeto for totalmente implementado.
Além disso, a crescente demanda por produtos refrigerados, como os que contêm chocolate, levou à negociação de novas rotas, incluindo o transporte direto de Louveira (SP) até Manaus (AM), utilizando a estratégia de crossdocking, que visa otimizar a movimentação e reduzir o tempo de armazenamento.
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