Locadoras compraram mais de 11 mil caminhões até outubro

O volume de aquisições é 10% maior em relação a 2023. De acordo com a associação que representa as locadoras no Brasil, a frota de caminhões locados no país soma 54 mil unidades

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a aprovação de um financiamento de R$ 850 milhões destinado à Vamos Locação de Caminhões, Máquinas e Equipamentos , controlada pela Simpar

Aline Feltrin

O mercado de locação de veículos pesados de carga no Brasil, embora ainda em fase inicial, vem mostrando avanços significativos. De acordo com a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA), entre janeiro e outubro de 2024, as locadoras compraram 11.244 caminhões, um aumento de 10% em relação ao mesmo período do ano passado. Este crescimento está impulsionado por compras que ainda estão em processo de fechamento, o que sugere que o aumento percentual continuará até o fim do ano, conforme revela o vice-presidente da ABLA, Paulo Miguel Junior.

Segundo o executivo, o segmento de locação de caminhões está se consolidando como uma alternativa promissora para o setor de transportes. “É um mercado que vem crescendo de forma acelerada. O aumento de 10% no volume de compras de caminhões em 2024 já é um indicativo positivo para o setor”, destacou Paulo Miguel Junior, ressaltando que a frota estimada de caminhões locados no Brasil é de 54 mil unidades.

A Vamos, uma das principais empresas do setor, alcançou recentemente 50 mil ativos locados (assista à entrevista mais abaixo). A empresa tem se destacado pela sua forte presença no mercado, oferecendo desde locação básica até soluções mais completas que incluem manutenção de veículos.

O CEO da Vamos, Gustavo Couto, lembrou que a empresa começou a atuar no mercado de locação na década de 1990, mas foi nos últimos anos que consolidou sua posição, com investimentos superiores a R$ 15 bilhões em equipamentos. A Vamos se expandiu rapidamente, com presença de emplacados em todo o país, um indicativo da força crescente do modelo de locação no Brasil.

Couto acredita que o Brasil tem potencial para seguir o exemplo dos Estados Unidos, onde a locação de veículos pesados é muito mais comum do que a propriedade, um modelo culturalmente mais voltado para o uso temporário. “No Brasil, ainda enfrentamos a resistência cultural da propriedade, mas estamos mostrando aos clientes que a locação é uma alternativa viável, mais barata e eficiente para a renovação de frotas”, afirmou. Segundo ele, mais de 2% do mercado endereçado já está emplacado, e esse número tende a crescer à medida que as empresas percebam as vantagens econômicas dessa alternativa.

Mudança de mentalidade

Embora ainda exista uma resistência por parte de muitos empresários do setor de transporte, que enxergam a frota própria como um ativo essencial, a mentalidade começa a mudar. Paulo Miguel Junior, da ABLA, acredita que com o tempo, o mercado de locação de caminhões irá se expandir ainda mais, oferecendo uma solução econômica e prática para empresas que buscam otimizar custos e reduzir os riscos financeiros associados à aquisição de frota própria.

Ele explica que o modelo de locação de caminhões oferece flexibilidade e evita os altos custos de manutenção e depreciação de um ativo, além de ser uma alternativa especialmente atraente para empresas em momentos de incerteza econômica ou que não têm capital disponível para investimentos pesados.

As estimativas da ABLA para 2024 indicam que as compras de veículos ( a maioria automóveis) realizadas pelas locadoras representarão aproximadamente 25,3% do total de vendas de veículos no Brasil, que devem somar 2,45 milhões de unidades, de acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). “Esse percentual tem se mantido constante nos últimos três anos, refletindo a importância crescente desse modelo de negócios no ecossistema automotivo nacional”, diz Paulo Miguel Junior.

Assista à entrevista com o CEO da Vamos, Gustavo Couto

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