A Maersk, gigante dinamarquesa do transporte marítimo, anunciou a conclusão da primeira conversão de um grande navio porta-contêineres para operar com motor bicombustível, movido a metanol. A transformação da embarcação Maersk Halifax foi concluída no final de outubro de 2024, após 88 dias de trabalho no estaleiro Zhoushan Xinya, na China.
A adaptação do navio foi realizada pela MAN Energy Solutions, que substituiu diversos componentes do motor original para viabilizar o uso de metanol como combustível. O retrofit incluiu a instalação de novos tanques de combustível, uma sala de preparação especializada e um sistema de abastecimento dedicado.
Além disso, o casco do navio precisou ser ampliado para acomodar os novos tanques, o que resultou no aumento do comprimento da embarcação em 15 metros, passando de 353 metros para 368 metros. Como consequência, a capacidade de carga do Maersk Halifax também aumentou, passando de 15.000 TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) para 15.690 TEU.
O projeto faz parte da estratégia da Maersk para atingir suas metas de sustentabilidade, que incluem a redução de suas emissões de carbono e a transição para fontes de energia mais limpas. A empresa já se comprometeu a atingir a meta de emissões líquidas zero até 2040, dez anos antes da meta global de 2050.
Segundo informa a empresa, a conversão de grandes embarcações já existentes representa uma importante alternativa às novas encomendas de navios, permitindo que a Maersk acelere sua transição de combustíveis fósseis para soluções mais sustentáveis.
O uso de metanol como combustível alternativo tem se mostrado promissor, principalmente por ser um combustível com emissões de carbono significativamente mais baixas em comparação aos combustíveis fósseis tradicionais, como o bunker fuel. No entanto, o processo de adaptação dos motores e da infraestrutura portuária, bem como a necessidade de produção em larga escala de metanol renovável, ainda apresentam desafios. Mesmo assim, a Maersk enxerga na modernização das embarcações uma solução viável para acelerar a transição para uma frota mais sustentável, sem a necessidade de construir novos navios, o que pode ser mais custoso e demorado.