Cummins está otimista com o desempenho dos seus negócios no Brasil

Depois da queda de quase 40% nas vendas no ano passado, com a entrada em vigor da fase P8 do Proconve, a empresa projeta um avanço 35% em 2024 e para 2025 espera manter a taxa de crescimento em torno de 7%

Sonia Moraes

A Cummins está otimista em relação ao desempenho dos seus negócios este ano no Brasil. Depois da queda abrupta do mercado automotivo no ano passado, com a entrada em vigor da fase P8 do Proconve, o que provocou perda de quase 40% nas suas vendas, a empresa projeta um avanço 35% em 2024 e, para 2025, espera manter a taxa de crescimento em torno de 7%.

Para motores, a expectativa é de um crescimento de mais de 39%, incluindo todos os tipos de produtos, o que dará 40 mil unidades neste ano, dos quais 24 mil são para o setor automotivo. Esse crescimento inclui o mercado local e as exportações, que tem 16% de representatividade, com vendas para os Estados Unidos, Canadá e México, sendo 75% para o segmento automotivo e o restante para o setor industrial nos Estados Unidos.

Em 2023, as exportações representaram 5% dos negócios da companhia, mas a meta da empresa é chegar a um crescimento de mais de 20% nos próximos dois anos. “Estamos colhendo frutos de um projeto idealizado em 2021”, disse o presidente da Cummins Brasil, Adriano Rishi, durante evento realizado em São Paulo.

O presidente da Cummins destacou que o ano de 2023 foi difícil. “Mas a companhia continua investindo no Brasil para conseguir dar os próximos passos e manter o compromisso com a descarbonização.”

Risi comentou também que em dois anos houve uma desaceleração natural do mercado e o que pesou na redução do desenvolvimento de novas tecnologias foi o fator econômico. “Quando tem alta escala de produção o impacto é grande porque não consegue precificar o produto e ter a remuneração porque ainda tem outras tecnologias competindo no mercado com custo menor.”

Atuação global

Com 105 anos de atividades e presença em 190 países, a Cummins mantém firme o seu programa de investimentos. Em 2023, a companhia aplicou um valor recorde de R$ 7,8 bilhões em pesquisa e desenvolvimento. No Brasil foram destinados mais de R$ 50 milhões para a criação de novos produtos, e a empresa conta com uma equipe de engenharia composta por cerca de 130 profissionais.

No centro técnico, localizado em Guarulhos (SP), o investimento de R$ 8,8 milhões tornará esse laboratório um hub de inovação e desenvolvimento tecnológico na América Latina, sendo habilitado e reconhecido até o fim de janeiro de 2025 pelos órgãos reguladores dos Estados Unidos, como o Conselho de Recursos Atmosféricos da Califórnia (CARB) e a Environmental Protection Agency (EPA).

A receita da companhia atingiu US$ 34,1 bilhões no ano passado, crescimento de 21% sobre 2022. “A Cummins tem apresentado uma performance financeira robusta, com um retorno sobre as vendas de 15,3%, resultando em um lucro antes dos impostos, depreciação e amortização de US$ 5,1 bilhões”, comentou Risi.

Metas para 2030

A Cummins elevou suas metas para 2030. Em seu negócio principal, que abrange todos os produtos atualmente vendidos que não são de zero emissões, as vendas projetadas de US$ 39 bilhões foram ampliadas para US$ 42 bilhões em receita para 2030

“O desafio é gigante, pois a companhia se compromete a gerar mais de US$ 35 bilhões em caixa de 2022 até 2030, a fim de investir no desenvolvimento de novas tecnologias. Para alcançar esse objetivo, é fundamental manter o crescimento da lucratividade”, afirmou Risi.

Para a Cummins como um todo, a estimativa de receita aumentou de US$ 43 bilhões para US$ 48 bilhões em 2030 e a geração de caixa passou de US$ 34 bilhões para US$ 36 bilhões.

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