Mercado de caminhões continua em momento positivo

A produção cresceu 43,0% de janeiro a setembro de 2024, chegando a 102.611 unidades, e as vendas avançaram 15,3%, com 91.098 caminhões emplacados, segundo a Anfavea

O mercado de caminhões continua em um momento positivo, com bom desempenho na produção e nas vendas

Sonia Moraes

O mercado de caminhões continua em um momento positivo, com bom desempenho na produção e nas vendas,  conforme mostra o balanço do último trimestre de 2024 apresentado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Em setembro, a produção de 13.210 veículos foi 0,8% superior a agosto deste ano (13.101 unidades), mas, em relação a setembro do ano passado (8.220 unidades), o crescimento foi expressivo, de 60,7%.

No acumulado de janeiro a setembro deste ano, a produção de caminhões atingiu 102.611 unidades, com crescimento de 43,0% sobre os nove meses de 2023, quando foram fabricados 71.765 veículos.

“Esse crescimento é sustentável e, ao compará-lo com 2023, vemos um resultado muito positivo. No entanto, ao analisarmos 2022 e 2021, percebemos que ainda há espaço para expansão. O setor celebra a volta à normalidade e reconhece que existe potencial para um crescimento ainda maior”, afirmou o vice-presidente da Anfavea, Eduardo Freitas.

Do total caminhões produzidos até setembro deste ano, 59.555 unidades são de modelos pesados, 27.032 de semipesados, 12.879 de leves, 2.528 de médios e 617 de semileves.

Vendas

Em setembro, as vendas de caminhões atingiram 11.455 unidades, com pequeno recuo de 0,6% sobre agosto deste ano (15.526 unidades), mas em relação a setembro do ano passado (8.772 unidades) o crescimento foi de 30,6%. “Temos dito com frequência que o setor comemora o retorno da normalidade e vivemos um momento positivo depois de um ano difícil que foi 2023”, disse Freitas.

O vice-presidente da Anfavea informou que, em setembro, foram emplacados 545 caminhões, marcando a melhor média diária de emplacamento desde dezembro de 2022, quando ocorreu a introdução da fase de emissões do Proconve P8, a Euro 6. “Temos que comemorar porque é um número bastante expressivo”, disse Freitas

No acumulado de janeiro a setembro deste ano foram emplacados 91.098 caminhões no mercado brasileiro, 15,3% a mais que nos nove meses de 2023, quando as vendas atingiram 79.003 unidades.

Do total de caminhões vendidos até setembro deste ano, 46.392 unidades são de modelos pesados, 25.127 de semipesados, 7.340 de leves, 6.957 de médios e 5.282 de semileves.

No ranking de vendas, a Volkswagen Caminhões e Ônibus manteve a liderança, com 23.367 caminhões emplacados de janeiro a setembro deste ano, 17,1% a mais do que no mesmo período do ano passado (19.963 unidades), e o segundo lugar ficou com a Mercedes-Benz, que teve 18.296 veículos comercializados no país, aumento de 8,0% em relação aos nove meses de 2023 (16.943 unidades).

A Volvo ficou em terceiro lugar com 16.585 veículos vendidos até setembro, 17,8% acima do mesmo período de 2023 (14.078 unidades), e a Scania em quarto com 14.048 veículos, 17,8% a menos que em janeiro e setembro de 2023 (8.240 unidades).

A DAF, quinta colocada, vendeu 7.161 veículos, 21,5% superior aos nove meses de 2023 (5.895 unidades) e a Iveco, que está em sexto lugar, comercializou 6.260 caminhões, retração de 15% sobre o mesmo período do ano passado (7.361 unidades).

Exportações

As exportações de caminhões apresentaram resultado positivo em setembro, com 1.709 unidades, que foi 16,2% superior a agosto deste ano (1.471 unidades) e 12,5% maior que setembro do ano passado (1.519 unidades). Mas no acumulado de janeiro a setembro os embarques de 11.716 veículos ficaram 6,0% inferior aos noves meses de 2023, quando atingiram 12.467 unidades.

Até setembro deste ano foram exportados 6.804 caminhões pesados, 3.386 semipesados, 1.116 leves, 214 semileves e 196 médios.

Taxa de juros preocupa

O vice-presidente da Anfavea comentou que há uma série de elementos que explicam o crescimento do segmento de caminhões. “Vemos uma retomada sustentável deste mercado que é muito ligado ao setor agrícola, à infraestrutura, ao programa do governo federal e ao crescimento do PIB e a expectativa e que continua assim.”

O grande desafio apontado por Freitas para os próximos meses e próximo ano está relacionado à taxa de juros, que no início do ano estava em 10% e agora está em 13%. “Isso é somente a taxa do BNDES, não considera spread e nem a taxa do banco financiador. Começamos a observar essa elevação com preocupação e precisamos entender como isso impactará no próximo ano, mas as expectativas para a safra agrícola são positivas e esperamos que 2025 seja ano positivo”, comentou Freitas.

Fenatran

O vice-presidente da Anfavea considerou que a Fenatran vai ser uma feira muito especial. “A Fenatran vem crescendo a cada edição e seguramente esta será a maior em toda a sua história, com a apresentação de uma série de produtos multienergéticos, com várias soluções para várias aplicações.

Além de propulsão alternativa, a Fenatran terá muita conectividade. “Será uma feira muito focada em serviços e vamos levar a inteligência para o cliente”, disse Freitas.

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