Anfavea apresenta estudo que aponta os caminhos para a descarbonização

O relatório mostra que a adoção acelerada de novas tecnologias de propulsão e o aumento no uso de biocombustíveis podem resultar em uma redução de até 280 milhões de toneladas de CO₂ nos próximos 15 anos

Redação

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e a consultoria Boston Consulting Group divulgaram, na última sexta-feira (27), um estudo intitulado “Avançando nos Caminhos da Descarbonização Automotiva no Brasil”. A pesquisa é uma contribuição do setor para a Conferência das Partes (COP), que ocorrerá este ano no Azerbaijão e, em 2025, em Belém, no Pará.

Atualmente, o setor automotivo brasileiro é responsável por 242 milhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono (CO₂) anualmente, correspondendo a cerca de 13% do total nacional. Se a tendência de crescimento continuar, estima-se que essas emissões cheguem a 256 milhões de toneladas até 2040.

No entanto, o relatório aponta que a adoção acelerada de novas tecnologias de propulsão e o aumento no uso de biocombustíveis podem resultar em uma redução de até 280 milhões de toneladas de CO₂ nos próximos 15 anos. Para isso, é crucial o desenvolvimento de um ecossistema que abarque toda a cadeia de fornecedores, infraestrutura de recarga, geração e distribuição de energia, além da produção de biocombustíveis.

A pesquisa sugere que, até o final desta década, as vendas de veículos híbridos e elétricos leves podem ultrapassar as de veículos movidos a combustão, alcançando 1,5 milhão de unidades em 2030 e potencialmente representando mais de 90% das vendas em 2040. Atualmente, os modelos eletrificados constituem apenas 7% do mix de vendas de veículos leves. Este número deve saltar para entre 39% e 54% até 2030, dependendo dos cenários considerados, e de 32% a 62% até 2035. Os veículos pesados também mostrarão crescimento, com novas tecnologias representando de 15% a 24% do mix em 2030 e de 33% a 42% em 2035.

O presidente da Anfavea, destacou o potencial do Brasil em combinar inovações tecnológicas no setor automotivo com a força dos biocombustíveis para impulsionar a descarbonização. Ele enfatizou que esse progresso está condicionado a importantes investimentos e ao desenvolvimento de um ecossistema robusto, especialmente considerando os efeitos severos da crise climática já observados, como as inundações no Rio Grande do Sul e a seca histórica que afetou diversas regiões do país.

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